“JESUS CRISTO E ESTE CRUCIFICADO”
Toda glória, toda honra, todo louvor deve se dirigido a Jesus Cristo somente e jamais a homem nenhum. “Eu mesmo, irmãos, quando estive entre vocês, não fui com discurso eloquente nem com muita sabedoria para lhes proclamar o mistério de Deus. Pois decidi nada saber entre vocês, a não ser Jesus Cristo, e este, crucificado. E foi com fraqueza, temor e com muito tremor que estive entre vocês. Minha mensagem e minha pregação não consistiram de palavras persuasivas de sabedoria, mas consistiram de demonstração do poder do Espírito, para que a fé que vocês têm não se baseasse na sabedoria humana, mas no poder de Deus” (1 Coríntios 2.1-5, NVI).
Sendo redundante, quero começar este artigo dizendo que o essencial é a única coisa que necessitamos quando a questão em pauta é a Salvação da alma. E este essencial não pode ser providenciado por homem algum, somente por Jesus Cristo. De fato, o homem tem a tendência de querer algo além do essencial. Para a salvação do mundo e uma perspectiva apropriada do significado do homem de Deus, a fim de que este não se exalte ou reivindique alguma glória pela participação no processo salvífico da alma humana, basta a pregação que exalta unicamente o nome de Jesus Cristo e sua obra na cruz como únicos e suficientes para livrar a humanidade da condenação eterna. Se outros fatores forem tidos como essenciais, além destes, a exemplo da eloquência do homem ao apresentar a mensagem, a verdade foi distorcida, e fará o homem pensar de si mesmo além do que convém.
O poder está na mensagem e não em seu portador. Logo, o mesmo não precisa ser alguém julgado como grande por possuir os símbolos que, segundo a ótica humana, conferem grandeza ao homem. E analisando profundamente e com base na verdade, quem entre os homens é realmente grande?
Quando o Apóstolo Paulo pregou em Corinto, o único recurso que decidiu usar, em prol da eficácia de sua pregação, foi justamente aquele que poderia dar êxito à sua empreitada espiritual, a mensagem do Evangelho. Nas palavras do apóstolo: “Jesus Cristo e este crucificado” (1 Coríntios 2.2).
De fato, na ocasião, as circunstâncias de Paulo, em função de oposição e acusações (Atos 18.5-17), não o favoreciam. Mas estando o poder na mensagem e não no mensageiro, a mesma tem o poder de produzir resultados em condições desfavoráveis. Como Paulo vivia numa cultura que, não muito diferente da nossa, supervalorizava a condição do homem e o julgava levando em conta a sua “aparência” (não física, necessariamente, mas social, o que incluía a posse dos símbolos que representavam grandeza), Paulo estava na condição certa para que ficasse evidente o grande poder da mensagem do Evangelho: “E foi com fraqueza, temor e com muito tremor que estive entre vocês” (2.3).
Além disto, ele diz ter tomado o cuidado de não se valer de recursos meramente humanos, como “linguagem persuasiva de sabedoria”, para que o mensageiro não recebesse o crédito que é devido somente à mensagem e seu autor, de forma que a fé dos que fossem convertidos se apoiasse “não em sabedoria humana, mas no poder de Deus” (2.5).
Quando os homens olham uns para ou outros procurando símbolos de grandeza, entram em uma competição onde só haverá perdedores. E se isto for feito no contexto cristão, a mensagem poderosa do Evangelho será ofuscada, e eventualmente abandonada, porque outros interesses ocuparão o seu lugar.
A igreja em Corinto estava prestes a enveredar por este caminho quando Paulo escreveu sua primeira epístola destinada àquela comunidade cristã. Uma exortação à unidade em função de divergências presentes na igreja (1.10-11) é o tema que abre a carta e percorre os primeiros quatro capítulos. Na base da causa da divergência estava a exaltação de homens, e os coríntios justificavam tal prática com o uso de nomes como os de Paulo, Apolo e Cefas (1.12).
No reino de Deus os símbolos de poder, como no caso da sabedoria humana, não produzem os efeitos espirituais esperados, produzem arrogância e competição entre iguais. Logo, por entender que certas atitudes não promovem a fé, mas disputa entre homens, Paulo decidiu nada saber, além de Cristo crucificado.
Precisamos tomar cuidado com o pecado do culto à personalidade. O mesmo ocorre toda vez que o mensageiro recebe mais importância do que a mensagem. Nos dias atuais, a mídia evangélica apresenta alguns “pseudos” pregadores como astros. Esta atitude é sinal evidente de imaturidade e decadência espiritual. Só Jesus Cristo deve ser exaltado.
A falta de compreensão do papel e do valor da figura humana era a razão para as contendas em corinto. Então Paulo refuta e instrui:
“Pois quando alguém diz: ‘Eu sou de Paulo’, e outro: ‘Eu sou de Apolo’, não estão sendo mundanos? Afinal de contas, quem é Apolo? Quem é Paulo? Apenas servos por meio dos quais vocês vieram a crer, conforme o ministério que o Senhor atribuiu a cada um. Eu plantei, Apolo regou, mas Deus é quem fazia crescer; de modo que nem o que planta nem o que rega são alguma coisa, mas unicamente Deus, que efetua o crescimento” (1 Coríntios 3.4-7, NVI).
Para não desviar a atenção da única mensagem que pode salvar e seu autor Jesus Cristo, mantenhamo-nos em nosso lugar – de apenas servos por meio dos quais os perdidos veem a crer. Exaltemos a mensagem do Evangelho e seu autor, para que a mesma, a exemplo do que foi feito em Corinto por meio do Apóstolo Paulo, continue alcançando vidas e produzindo crescimento saudável. Resistamos à tentação do estrelismo, e apontemos somente para Ele, para que a fé não se baseie em qualquer qualidade humana, mas no real poder de Deus, e assim o seu Nome, e somente o seu Nome, seja louvado!
Nilton Barretto
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