Vamos estudar sobre a igreja do ano 100 até o ano 325 d.C. – Muita coisa aconteceu!
LIÇÃO 2
A IGREJA PERSEGUIDA (Até o 300 AD)
A política dos imperadores romanos era tolerar as religiões das nações que eram vencidas nas guerras. As religiões nacionais faziam parte da cultura local. Assim o judaísmo, embora proselitista por natureza, foi tolerado como religião lícita. Mesmo assim o povo não gostava dos judeus por diversas razões. O cristianismo foi tolerado a princípio bem como participou do desgosto popular como seita do judaísmo. Quando perceberam que não era uma seita do judaísmo foi proscrito.
Nas primeiras décadas de sua história, a Igreja não constituía uma realidade sociológica de amplidão suficiente para suscitar problemas ao Império romano. Foi por ocasião da questão judaica, que funcionários romanos se defrontaram com cristãos. Já mencionamos esses primeiros contatos. O titulo de “cristãos”, dado em Antioquia por 42, aos discípulos de Cristo, parece apelido romano. Em 45, Paulo encontra em Chipre o procurador Sérgio Paulo. Suetônio menciona a presença de cristãos na comunidade judia de Roma em 49. Em 59, o procurador Festo envia Paulo a Jerusalém com um relatório sobre o seu caso. Em tudo isso não aparece hostilidade alguma para com os cristãos da parte dos funcionários romanos. Intervém em conflitos entre judeus e cristãos antes para protegerem os últimos, nos quais não pressentem perigo político.
I. OS “PAIS” APOLOGISTAS
A. Surgiram porque os pagãos faziam uma avaliação muito negativa dos cristãos (cristianismo é uma religião ilícita). Razões:
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Moralmente corrupto (acusados de todo o tipo de problema).
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Socialmente perigosa (dentro das reuniões misturavam gente de todas as classes sociais).
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Politicamente intolerante (além de não adorar o imperador, parecia um estado dentro do estado)
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B. Trabalho dos apologistas
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Atacar os cultos pagãos (culto aos deuses).
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Defender o cristianismo das calúnias (incesto, roubo).
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Expor a fé cristã de modo aceitável.
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C. Influência dos apologistas
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Tentaram mostrar que a maioria da igreja era sábia, enverteram o que Paulo disse que a maioria dos irmãos não eram de nobre nascimento.
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Apelavam para a filosofia – fez com que os cristãos perdessem o seu apelo a revelação, usavam o argumento da antiguidade, ―cristianismo é a mais antiga e verdadeira filosofia‖. Diziam que todos os filósofos foram iluminados por Deus.
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D. Os apologistas ajudaram a igreja
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Quadratos de Atenas (125) o primeiro.
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Aristides de Atenas (125) obra patrística.
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Diogneto – Tutor de Marco Aurélio – imperador.
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Justino Mártir (153, bispo). Fiósofo convertido do paganismo ao cristianismo. Uma das coisas que levou a sua conversão foi ver a coragem dos mártires. Suas obras são: Apalogia I; Apologia II; Diálogo com Trifão. Fundou a primeira escola cristã em Roma ensinando filosofia e cristianismo. Ele chamou Jesus de (
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Taciano – discípulo de Justino (Sírio) (160-170). Ele faz uma crítica muito forte contra os gregos e se torna mais ligado aos Profetas do VT e aos milagres. Escreveu uma obra muito famosa chamado ―Diatessaron‖. Narrativa da vida de Jesus através dos quatro evangelhos. A primeria harmonia dos evangelhos. Foi ta rígido na observância cristã que se tornou ―encratita‖.
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Atenágoras (117) era um platonista e deixou duas obras: Súplicas pelos cristãos; Sobre a ressurreição dos mortos. Era ateniense e foi convertido pela leitura da Bíblia.
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Teófilo de Antioquia (180). Era bispo – escreveu a obra ―A Autólico‖. Seria um magistrado pagão, muito severo depois de convertido com os pagãos. Foi o primeiro a usar o termo dando a idéia de trindade.
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Melito de Sardes (190) bispo – escreveu cerca de vinte obras, das quais só algumas se mantiveram. Em uma de suas obras ele mantém a primeira lista de livros do VT.
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Tertuliano (200) é o único acidental e o primeiro a escrever em latim. Era da cidade de Cartago (África). Advogado que se converteu a Cristo, se tornando o maio escritor latino até a vinda de Agostinho de Hipona (África também). Obras de Tertuliano: Prescrição aos hereges; Contra Marción; Contra Práxeas. (Nota: lançou as bases para o vocabulário teológico ocidental)
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E. As obras dos apologistas não representam o pensamento geral da igreja, mas o pensamento de uma ou algumas das elites dominantes, que conseguiram fazer história. Mesmo com toda essa filosofia até o ano 300, havia muita gente vivendo como cristãos sem acompanhar a filosofia. Dentro desse período, eles sofriam com as perseguições, mas internamente também estavam sofrendo com falsas doutrinas, ou seja, enfrentavam dificuldades externas e internas.
II. A IGREJA PERSEGUIDA
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Quando se percebeu que os cristãos eram distintos do judaísmo foi imposto a eles o teste de fidelidade, que é adorar ao imperador. As primeiras perseguições foram pelos judeus, mas agora o império romano entra em ação. Começa então a chamada ―Grandes Perseguições‖. As perseguições vão durar cerca de 240 anos, ou alguns vão dizer que foram oito gerações de cristãos.
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É no reinado de Nero, em 64, que aparecem medidas contra os cristãos. Menciona-as Suetônio: “Nero entregou aos suplícios os cristãos, raça entregue a uma superstição nova e culpada. A narração de Tácito é mais extensa: “Para fazer calar os rumores relativos ao incêndio de Roma, Nero designou como acusados a indivíduos detestados por causa de suas abominações, a quem o povo chamava de cristãos. O nome lhes veio de Chrestos que, sob Tibério, fora entregue ao suplicio pelo procurador Pôncio Pilatos. Reprimida por momentos, a execrável superstição transbordou novamente não apenas na Judéia, berço do flagelo, mas em Roma, para onde aflui tudo o que se conhece de mais atroz e infame. Prenderam primeiro os que confessavam a fé, em seguida, por indicação destes, prenderam uma multidão de outros, acusados não tanto de terem posto fogo na cidade mas de odiarem o gênero humano”. Nessa ocasião a perseguição ocorreu em Roma e adjacências. Mátires notáveis: Pedro e Paulo.
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Domiciano (81-96). Perseguição em vários pontos do império, sendo mais forte na Ásia. Domiciano “golpeia impiedosamente toda resistência na aristocracia e entre os intelectuais. Em meio as pessoas atingidas podem bem ter figurado os cristãos. Seria o caso de Mânio Acílio Glábrio, cônsul em 91, executado com outros dois aristocratas como “ateu” e “inovador” (Domic., 10). Ora, uma das propriedades dos Acílios Glábrios serviu mais tarde de cemitério aos cristãos. Mais precisa é a tradição que vê em Flávio Clemente, primo de Tito e de Domiciano, e sobretudo em sua mulher Flávia Domitila, cristãos. Ele foi condenado à morte em 95 por ateísmo e “costumes judeus” (Domic. 15), e ela exilada para a ilha de Pôncia em 96 (H. E. 3,18,4). O cemitério de Domitila poderia ter sido uma das propriedades que teriam servido para a sepultura dos cristãos. Uma alusão de Clemente em sua Epistola 1.1 às desgraças que caíram sobre a igreja de Roma tem por mira, quem sabe, estas perseguições.
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Esses fatos guardam no entanto certo caráter problemático. Existe, porém, outra região na qual uma perseguição de cristãos por Domiciano é atestada sem sombra de duvida, é a Ásia Menor. Possuímos ai um documento capital — que o confirme, o Apocalipse. Informa-nos ele sobre um grupo de igrejas da Ásia, da Lídia e da Frígia. Ora, verifica-se como certo que nesta hora campeiam perseguições na região. O próprio João se viu exilado de Éfeso a Patmos (1.9). A igreja de Éfeso sofreu “pelo nome” de Cristo (2,3). Em Pérgamo, Antipas foi morto (2.13) e isso esta em relação com “o trono de Satanás”, que designa provavelmente o templo de Roma ou seja o culto imperial. Tertuliano refere o martírio de Antipas no reinado de Domiciano (Escorpiácio 12.7). João anuncia alem disso à Igreja de Esmirna que diversos de seus membros hão de ser lançados a prisão (2.10). Não esqueçamos que o gênero mesmo do Apocalipse consiste em traduzir uma mensagem de esperança para os fiéis provados e supõe assim a perseguição.
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Mas se o Apocalipse é importante, por assinalar o fato das perseguições aos cristãos na Ásia sob Domiciano, ele o é mais ainda como documento da mudança de atitude dos cristãos em relação ao Império. O contraste com as Epistolas de Paulo é notório. Aos olhos deste o perigo consistia em deixar-se a Igreja arrastar pelos Judeus para uma atitude anti-romana. Multiplica ele pois os apelos à submissão ao poder imperial. A situação agora mudou. O Império, desde Nero, é considerado como perseguidor dos cristãos. João descreve-o sob o símbolo da besta que sobe do mar. Os dez chifres e as sete cabeças representam a lista dos imperadores (13.1). As alusões ao culto imperial são explicitas (2.10; 3.10; 13.3-8). Roma é designada pelo nome de Babilônia, como símbolo do paganismo perseguidor (14.8).
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Podemos indagar quem é que provocou este endurecimento tanto do poder imperial contra os cristãos como dos cristãos contra Roma. Quer parecer-nos que do lado romano se trate de um aspecto do conflito do Império com os judeus. Confundindo-os mais ou menos com os judeus é que os Flavianos perseguiram os cristãos. Por exemplo, os membros da aristocracia romana são perseguidos por causa de costumes judeus; os parentes de Jesus são presos na Palestina como descendentes de Davi. Explica-se assim por que as igrejas da Ásia tenham sido particularmente visadas. O cristianismo desta região se apresentava como animado por correntes messiânicas. É lá que campeia o milenarismo, quer dizer, a expectativa pelo estabelecimento do reino universal de Cristo tendo Jerusalém como centro. Pápias vincula tal doutrina aos presbíteros da Ásia, discípulos dos Apóstolos (H. E. 3.39.12). O próprio São João faz alusão a esta atitude no Apocalipse.
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Trajano (98-117) embora a perseguição fosse esporádica, era crime ser cristão. Não é para aceitar denúncias anônimas, mas se mostrarem o rosto pode matá-los. Trajano (98-117) sucede a Nerva. Seu reinado nos coloca em presença de um documento importante que confirma a existência de perseguições aos cristãos mas, chega igualmente a precisar-lhes a modalidade: a Carta de Plínio o Jovem. Como governador da Bitínia escreve ele a Trajano a fim de lhe pedir instruções por ocasião do processo movido contra os cristãos (Epist. 10 96). “Temos que punir o nome, mesmo sem crime ou os crimes inseparáveis do nome?” Plínio tomara como norma de conduta mandar executar os que se recusavam a abjurar depois de repetidamente interrogados. Anota porém, “que não se consegue obrigar aqueles que de fato são cristãos”. Verifica alem disso que os cristãos são numerosos. Trajano lhe responde, precisando que não se procurem os cristãos, que ao serem denunciados e ao se recusarem de abjurar terá que condená-los; que não admita denúncias anônimas “que já não se toleram em nosso tempo”
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O texto é capital pois parece constituir a jurisprudência que durara durante todo um século e com a qual se defrontarão nossos apologistas. Convém frisar que não há proscrição de cristãos pelo poder central, quer dizer, não há perseguição total. Em segundo lugar, verificam-se ataques locais movidos pelo povo e depois submetidos à apreciação do magistrado romano. É aliás o que encontramos na Paixão de Cristo. Em terceiro lugar o motivo da perseguição não se liga a crimes determinados, mas unicamente ao “nome” cristão. O levantamento feito por Plínio levara mesmo à conclusão que eram inocentes os cristãos. O governador não tem ares de iludir-se quanto às calúnias espalhadas sobre eles. Em última análise é mesmo o nome cristão que constitui como tal o motivo da condenação. Eis o ponto nevrálgico; contra ele moverão os apologistas o grosso de sua ação.
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Adriano (117-138). Também é crime ser cristão. O reinado de Adriano (117-138) parece ter sido especialmente calmo para os cristãos. Possuímos também aqui um documento precioso conservado por Justino (I Apol. 48.6-10) e que é paralelo à Carta de Trajano. Adriano, a dirige a Minúcio Fundano, procônsul da .Ásia. Confirma ele a jurisprudência anterior, precisando ainda que não se os deve condenar sob simples acusação, mas instruir um processo e condenar severamente os que denunciem injustamente. Isso no entanto não implica, como o pretende Justino que cita o texto, numa alteração nas legislações.
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Antonino Pio (138-161) Ainda é crime ser cristão. Sob Antonino estabelece-se uma mudança progressiva nas reações do cristianismo com o mundo greco- romano. Antes tinha-se a impressão de um cristianismo ligado ao judaismo. As primeiras perseguições estão em relação com o conflito do judaismo e do Império no fim do primeiro século. Parece que ainda em 137 o martírio de Telésforo em Roma foi um contragolpe da guerra judaica. Por outro lado os cristãos se mostram animados do espírito apocalíptico judeu. Roma lhes é sinônimo de cidade de Satanás. E acreditam que a intervenção de Deus há de pôr fim, em breve, a seu conflito com a cidade de Deus. Tal espírito persiste ainda ao longo de todo o segundo século Encontramo-lo em particular no montanismo. Celso chega a ver no cristianismo uma heresia judaica. Pouco a pouco no entanto os cristãos se manifestam aos pagãos sob outra perspectiva. Reconhecem estes sua originalidade. Sem saber porém como classificá-los.
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Assim, o que caracteriza a situação dos cristãos neste período todo é a precariedade. Estão sempre sujeitos a uma denúncia. Ora, da parte da população pagã não hão de faltar razões para hostilidade. No entanto isso modifica a imagem que costumamos fazer-nos das perseguições. Eusébio e Lactâncio, apologistas de Constantino, fizeram os imperadores pagãos carregarem todo o peso. Estes, porém, de maneira geral, mostraram-se tolerantes. A hostilidade vinha mesmo da população, pagã e judia. Tal situação durará durante todo o segundo século. O advento dos Severos há de levantar para o século seguinte novos problemas. Estaremos em presença de atos legislativos emanados do poder central.
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Marco Aurélio (161-180) Vinte anos difíceis. Era estóico e por razões filosóficas se opôs ao cristianismo. Foi quem matou Justino Mártir.
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Sétimo Severo (193-211). Era um homem tolerante, mas houve perseguição forte em Cartago e Egito. Nessa época morre Tertuliano. Houve também a proibição à conversão ao cristianismo. Às vezes o rei fazia uma lei que não era obedecida, mas geralmente um funcionário querendo mostrar serviço fazia o trabalho em outras regiões.
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Maximino I (235-238). Escreveu o primeiro documento oficial contra os cristãos (igreja). É crime ser cristão, os bispos são banidos pra mina de sal (trabalho forçado). No século II, temos a época dos cristãos sendo jogados aos leões. Maximino para conseguir o trono teve um concorrente que foi apoiado por alguns cristãos, mas o concorrente perdeu o trono e os cristãos foram perseguidos
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Décio (249-251). No ano 248, Roma faz o seu milésimo aniversário. Em Décio temos a primeira perseguição universal aos cristãos, onde muitos caíram adorando o imperador. Nessa ocasião houve divisão na igreja por causa dos que abandonaram a fé e queriam voltar, alguns irmãos aceitavam e outros não, os que aceitaram se tornaram confessores e alguns exigiam de mais dos confessos. Nessa perseguição morreu Orígenes. Depois de Décio, teve outros imperadores, mas as perseguições diminuíram.
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Valeriano (253-260) – Nessa época a igreja já tem prédios próprios que forma doados pelos irmãos. Período onde houve perseguição até das elites. Proibição das reuniões e ordem para execução dos clérigos (bispos e presbíteros) e confisco dos bens (casas, cemitérios).
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Diocleciano (284-305) – A mais terrível das perseguições e a menor duração (303-305), porque através de um edito mandou destruir todos os ―templos‖ cristãos, mandou queimar todos os livros de literatura cristã, houve torturas e aprisionamentos do clero (bispos, presbíteros e diáconos) não queria mártires, mas relapsos, aqueles que negassem a fé. Nessa ocasião os cristãos que entregavam os livros eram considerados traidores. A perseguição continuou com Galério, mas em 311 acabaram as perseguições através do edito de tolerância e em 313 o edito de Milão com Constantino acaba de vez com a perseguição.
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III. RESULTADOS DA PERSEGUIÇÃO
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A filosofia entrou na igreja, porque era o jeito de mostrar que não eram maus e sim bons.
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Houve muita fé, heroísmo e crescimento da igreja.
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Houve início do culto dos santos, contrapartida ao culto dos heróis gregos.
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―O sangue dos mártires é semente, quanto mais vocês matam, mas nós aumentamos‖ (Tertuliano)
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IV. AS HERESIAS E CISMAS – INIMIGO INTERNO
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Docetismo – vem do grego ( – eu pareço. Jesus parecia ser real, mas não era. Jesus era um tipo de fantasma. Jesus não podia ser de carne e osso, porque Deus assim não era. E como mandaria seu filho de carne e osso? A matéria é m, por isso Deus não pode ter corpo.
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Ebionitas – são pessoas pobres (ebion – pobres) judeus convertidos ao judaísmo que mantinham certas tradições. Os ebionitas tinham coisas ligadas à lei, mas achavam que Cristo era um homem comum (profeta) e alguns negavam o nascimento virginal de Jesus, outros acreditavam. Davam mais ênfase ao ensino judaico e negavam a divindade de Jesus, não gostavam de Paulo, seguem os costumes judaicos e adoravam em Jerusalém.
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Gnosticismo – filosofia grega com pensamento cristão. Espírito e matéria são distintos. Características do gnosticismo:
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sincrético – mistura de idéias judaicas, cristãs e pagãs. Para responder duas perguntas:
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Como conciliar a presença do mal num mundo criado por um Deus perfeito e bom?
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Como se prendeu o espírito à matéria, que é má, e como libertá-la?
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Dualismo radical entre matéria e espírito nesse dualismo os espíritos superiores não creram na matéria, são seres inferiores chamados ―eons‖ emanações, vibrações. Afirmavam que Deus criou uma série de seres que foram se tornando imperfeitos (demiurgos) e um deles criou o mundo com seus males.
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O conhecimento ( leva a Deus, N.T. já um gnosticismo como esse que Paulo combate. Em termos de conduta se a matéria é má leva ao ascetismo, que é um ataque ao corpo. O outro extremo é libertinagem entregando o corpo ao abuso, não dando valor ao corpo. Grandes mestres gnósticos:
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Cerinto –
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Basilídes
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Valentino (presbítero em Roma)
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Marción
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Quatro tipos de gnosticismo:
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Sírio – representado por gnosticismo.
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Egípcio – representado por Basilídes.
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Judaizantes – associado a Cerinto.
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Pôntico – associado a Marción que era do Ponto.
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Marcionismo – (140).
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Líder gnóstico,anti-semita do século II, natural do Ponto. Ele era um homem rico e em 144 foi pra Roma, onde fez uma doação pra igreja depois de vender tudo o que tinha. Pregava que o Deus do V.T. era ―demiurgo‖ arbitrário e vingativo, inferior ao Deus Pai, de Jesus que é amor. Aceitou todas as cartas de Paulo, exceto, 1 e 2 Timóteo e Tito. Era encratita, achava que o casamento era errado. Era contra os filósofos, se preocupava muito com a prática moral.
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Reações da Igreja. (Desviou-se por não querer desviar-se). Percebeu os falsos mestres chegando e começou a se defender de várias maneiras:
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Hierarquia – vai ser fonte de desvio posterior. A igreja tinha vários presbíteros, mas os irmãos perceberam que um mandando ficava mais fácil, para ir contra os hereges.
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Credos (Confissões de fé) – Frases simples sintetizavam o pensamento cristão ―creio que Jesus é o Filho de Deus‖.
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Se apegaram ao cânon do N,T. (foi o menos usado).
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Filosofia pagã ao serviço do cristianismo.
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Irineu de Lião (bispo da Gália) 179-195 Escreveu cinco livros contra as heresias. Defendia a suprema autoridade do N.T., mas defendia também a sucessão apostólica, apesar de não ser um herege.
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Monarquianismo– Adocionismo: Teodoto de Bizâncio e Paulo de Samosata pregavam que Jesus só foi divino após sua ―adoção‖ no batismo. Modalismo ou Patripassionismo: Práxeas, Sabélio e Noeto (Roma) defendiam que o Pai, o Filho e o Espírito Santo eram três modos de revelação (manifestação) do único Deus. Assim, o Pai sofreu a paixão, pois o filho é o Pai.
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Montanismo (172) – seguiam Montano. Passaram-se 126 anos e Jesus não voltou, porque muita ênfase no E.S., pode ser visto como o primeiro movimento reformador. Até certo ponto era marcionista, mas levou para o lado espiritual. Duas ênfases eram dadas pelo movimento. Espírito Santo – volta de Cristo. A era do parácletos – volta de cristo na cidade de Pepuza. Duas profetizas conhecidas Priscila e Maximila pregavam rigor moral mais forte do que os outros. Na época muitos irmãos pregavam contra os montanistas, Tertuliano se tornou montanista por seu rigor moral.
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Cisma de Hipólito (17-236) As perseguições continuavam e haviam grupos muito rigorosos. Vamos pensar que o cristão comete pecado, o bispo de Roma, Calixto, acolheu homens que cometeram esse tipo de pecado e Hipólito dizia que a igreja não poderia aceitar pessoas que cometiam pecados graves e Calixto dizia que não, então foi criado o cisma. O Ocidente briga por questões disciplinar e o oriente por questões filosóficas. Boa parte dos cristãos simples não eram afetados por essas discussões, o que vai acontecer do segundo para terceiro século é que a igreja de Roma vai tendo cada vez mais poder. No ano 100 AD devia ter o maior número de irmãos e no ano 150 AD havia cerca de 30.000 cristãos em Roma. Roma por ser mais simples foi mais valorizada.
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Pontos que favoreceram a igreja em Roma.
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Maior igreja.
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Destruição de Jerusalém (70 AD)
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Ásia enfraquecida por divisões.
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Era a capital do império.
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Era forte, espiritual, benevolente e muito perseguida.
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Era a única igreja ocidental ligada a um apóstolo.
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Sempre respeitada em questões controversas.
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Cipriano (200-258 (248?) discípulo de Tertuliano. Acolhia muito a questão da primazia romana. A questão de Cipriano era como receber aqueles que receberam um batismo herege.
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V. A CRISTOLOGIA E OS PRIMEIROS TEÓLOGOS
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Os gregos não podem crer naquilo que não podem explicar (filosofia grega).
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Gnosticismo – Jesus não era Deus, era uma emanação (ou nega a divindade ou humanidade de Jesus).
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Docetismo – Jesus era Deus, mas não era homem.
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Tertuliano (150-215) – Orígenes (185-254) – Cristologia dos apologistas.
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Deus é um só.
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Só Deus pode salvar.
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Como Cristo é o Salvador é uma essência só com o Pai para salvar.
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Três pessoas, uma substância (Tertuliano). ―Práxeas serviu ao Diabo em Roma de dois modos: expulsando a profecia e introduzindo a heresia, expulsando ao Espírito Santo e crucificando ao Pai.‖ Contra Práxeas, 1
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―Tertuliano, em sua Apologética, afirma que existem cristãos em todas as partes, inclusive no exército. Cerca de 10 anos mais tarde, em seu tratado Sobre a coroa dos militares, ele considera que um cristão não pode ser soldado. É possível explicar esse ponto de vista pela passagem de Tertuliano pela seita dos montanistas, alguns exaltados que pregam uma separação radical do mundo, cujo fim está próximo.‖
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Clemente de Alexandria (150-215) – Clemente de Alexandria interpretou o VT e NT pela alegoria e linguagem filosófica . Junto com essas discussões se desenvolveram as dioceses, ou seja, igreja maiores que coordenam igrejas menores. Nessa época já existe o mono episcopado.
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VI. MUDANÇAS NA FORMA DE CULTUAR
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Nessa ocasião começa a se perceber mudanças na forma de culto. Da simplicidade para a complexidade.
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Culto misterioso – mágico – valor como ritual e não como memorial. Jesus é esquecido e o ritual celebrado.
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Calendário semanal da igreja (domingo reunião – quarta e sexta jejum – páscoa anual). O batismo era realizado agora uma vez por ano no dia da páscoa.
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Ceia – os elementos começaram a ser cada vez mais valorizados surgindo a idéia do sacramento – atos que tem poder por si mesmos – daí surge a idéia de transubstanciação.
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Batismo – Tinha que ter isntrução (catequese). O convertido era iniciado na fé através do ensino por um período de três anos teológico e prático (Didaquê 7). Jejum (antes e depois) – profissão de fé pública – renuncia ao diabo e unção – tríplice imersão (em nome do Pai – Filho – Espírito Santo) – comia leite e mel – unção com óleo.
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Inicialmente não havia distinção entre bispos e presbíteros que eram escolhidos pela congregação. No final do século II um bispo supervisionava várias congregações e era considerado sucessor dos apóstolos. Os presbíteros começaram a ser vistos como sacerdotes em meados do século III (Cipriano).
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Monasticismo – ( mosteiros). Uma maior consagração – tomaram literalmente certos mandamentos para escapar do mundanismo.
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A igreja estava gozava de um período de paz e estava crescendo, só que aparentemente mundanizada, por isso alguns foram se consagrar a Deus se afastando. Se tudo está muito tranqüilo é pra desconfiar.
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APOSTILA
Vídeo Aula com Álvaro Pestana
Vídeo 1
Vídeo 2
Estudos Adicionais
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A Apostasia da Igreja Primitiva
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Os Apologistas
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As Heresias
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A Perseguição
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A Formação do Novo Testamento
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Mártires da Igreja Primitiva que viraram “santos da igreja romana”
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Lição Especial sobre A Igreja Primitiva
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