Seja bem vindo(a) a mais uma aula! Vamos ao Exercício do Capítulo 16!
Iniciamos agora o Capítulo 18! A Queda da Grande Babilônia!
APOSTILA
Leitura do Capítulo 18 (NVI)
1 Depois disso vi outro anjo que descia do céu. Tinha grande autoridade, e a terra foi iluminada por seu esplendor.
2 E ele bradou com voz poderosa: “Caiu! Caiu a grande Babilônia! Ela se tornou habitação de demônios e antro de todo espírito imundo antro de toda ave impura e detestável,
3 pois todas as nações beberam do vinho da fúria da sua prostituição. Os reis da terra se prostituíram com ela; à custa do seu luxo excessivo os negociantes da terra se enriqueceram”.
4 Então ouvi outra voz do céu que dizia: “Saiam dela, vocês, povo meu, para que vocês não participem dos seus pecados, para que as pragas que vão cair sobre ela não os atinjam!
5 Pois os pecados da Babilônia acumularam-se até o céu, e Deus se lembrou dos seus crimes.
6 Retribuam-lhe na mesma moeda; paguem-lhe em dobro pelo que fez; misturem para ela uma porção dupla no seu próprio cálice.
7 Façam-lhe sofrer tanto tormento e tanta aflição como a glória e o luxo a que ela se entregou. Em seu coração ela se vangloriava: ‘Estou sentada como rainha; não sou viúva e jamais terei tristeza’.
8 Por isso num só dia as suas pragas a alcançarão: morte, tristeza e fome, e o fogo a consumirá, pois poderoso é o Senhor Deus que a julga.
9 “Quando os reis da terra, que se prostituíram com ela e participaram do seu luxo, virem a fumaça do seu incêndio, chorarão e se lamentarão por ela.
10 Amedrontados por causa do tormento dela, ficarão de longe e gritarão: ‘Ai! A grande cidade! Babilônia, cidade poderosa! Em apenas uma hora chegou a sua condenação! ’
11 “Os negociantes da terra chorarão e se lamentarão por causa dela, porque ninguém mais compra a sua mercadoria:
12 artigos como ouro, prata, pedras preciosas e pérolas; linho fino, púrpura, seda e tecido vermelho; todo tipo de madeira de cedro e peças de marfim, madeira preciosa, bronze, ferro e mármore;
13 canela e outras especiarias, incenso, mirra e perfumes, vinho e azeite de oliva; farinha fina e trigo, bois e ovelhas, cavalos e carruagens, e corpos e almas de seres humanos.
14 “Eles dirão: ‘Foram-se as frutas que tanto lhe apeteciam! Todas as suas riquezas e todo o seu esplendor se desvaneceram; nunca mais serão recuperados’.
15 Os negociantes dessas coisas, que enriqueceram à custa dela, ficarão de longe, amedrontados com o tormento dela, e chorarão e se lamentarão,
16 gritando: ‘Ai! A grande cidade, vestida de linho fino, de roupas de púrpura e vestes vermelhas, adornada de ouro, pedras preciosas e pérolas!
17 Em apenas uma hora, tamanha riqueza foi arruinada! ’ “Todos os pilotos, todos os passageiros e marinheiros dos navios e todos os que ganham a vida no mar ficarão de longe.
18 Ao verem a fumaça do incêndio dela, exclamarão: ‘Que outra cidade jamais se igualou a esta grande cidade? ’
19 Lançarão pó sobre a cabeça, e lamentando-se e chorando, gritarão: ‘Ai! A grande cidade! Graças à sua riqueza, nela prosperaram todos os que tinham navios no mar! Em apenas uma hora ela ficou em ruínas!
20 Celebre o que se deu com ela, ó céus! Celebrem, ó santos, apóstolos e profetas! Deus a julgou, retribuindo-lhe o que ela fez a vocês ’ “.
21 Então um anjo poderoso levantou uma pedra do tamanho de uma grande pedra de moinho, lançou-a ao mar e disse: “Com igual violência será lançada por terra a grande cidade da Babilônia, para nunca mais ser encontrada.
22 Nunca mais se ouvirá em seu meio o som de harpistas, dos músicos, dos flautistas e dos tocadores de trombeta. Nunca mais se achará dentro de seus muros artífice algum, de qualquer profissão. Nunca mais se ouvirá em seu meio o ruído das pedras de moinho.
23 Nunca mais brilhará dentro de seus muros a luz da candeia. Nunca mais se ouvirá ali a voz do noivo e da noiva. Seus mercadores eram os grandes do mundo. Todas as nações foram seduzidas por suas feitiçarias.
24 Nela foi encontrado sangue de profetas e de santos, e de todos os que foram assassinados na terra”.
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Vídeo Aula com Alcides Marques seguirá na próxima aula!
CAPÍTULO 18
CAIU! CAIU A GRANDE BABILÔNIA (APOCALIPSE 18:1-24)
Já conhecemos os personagens principais entre os inimigos do povo de Deus. Apareceu o dragão (capítulo 12), seguido pelas duas bestas (capítulo 13) e a grande meretriz (capítulo 17). Já sabemos o destino destes inimigos de Deus, pois o Cordeiro e seus fiéis são os vencedores, e seus adversários serão derrotados. Antes da identificação das características dos inimigos, a sétima trombeta já declarou: “O reino do mundo se tornou do nosso Senhor e do seu Cristo, e ele reinará pelos séculos dos séculos” (11:15). Antes da descrição da grande meretriz vem a declaração da queda dela (14:8). Este e os subsequentes capítulos enfatizam o que já foi revelado – os verdadeiros vencedores são aqueles que adoram a Deus. Todos os outros – dos adoradores da besta à própria besta ao dragão que lhe dá poder – serão derrotados. A partir deste capítulo, veremos a queda desses inimigos do Senhor. Surgiram numa sequência (dragão, bestas, meretriz) e cairão na ordem invertida (meretriz, bestas, dragão).
Um Anjo Anuncia a Queda da Babilônia (18:1-8)
Apocalipse 18:1
Depois destas coisas, vi descer do céu outro anjo: A força que sustentava a meretriz vinha de baixo: das águas, da besta que surgiu do mar e dos reis da terra. Os próprios reis seriam os instrumentos de Deus no castigo dela, pois o anúncio da queda dela vem de cima. Um anjo já anunciou a queda da Babilônia (14:8), e um outro mostrou para João o significado da meretriz e o seu julgamento (17:1,7). Aqui, outro anjo desce do céu para confirmar a sentença contra a Babilônia.
Que tinha grande autoridade: A autoridade para falar vem do céu. Não há dúvida sobre a veracidade de sua mensagem.
E a terra se iluminou com a sua glória: Deus é a verdadeira luz, e a sua glória ilumina (21:23; 1 João 1:5). Pelo evangelho revelado, a glória de Deus traz iluminação (2 Coríntios 4:4-6; Efésios 1:17- 18). Aqui, então, aguardamos uma declaração de Deus que trará boas notícias aos servos fiéis.
Apocalipse 18:2
Então, exclamou com potente voz: “Potente voz” vem da mesma expressão traduzida por “grande voz” em outros versículos: a voz de Jesus (1:10), a voz de anjos (5:2; 10:3; 14:7,9,15,18; 19:17), a dos adoradores de Deus (5:12; 7:10); a das almas dos mártires (6:10), a da águia que anuncia os três ais (8:13), a voz do céu que chamou as testemunhas a subirem (11:13); as da sétima trombeta que anunciam o reino do Senhor (11:15), a do céu que anuncia o poder de Deus e a expulsão do dragão (12:10), a do santuário ou do trono (16:1,17; 21:3).
Caiu! Caiu a grande Babilônia: Esta linguagem é a maneira profética de mostrar que Deus tiraria do poder aqueles que dominavam e abusavam dos outros. Isaías profetizou contra o rei da Babilônia histórica: “Como cessou o opressor! Como acabou a tirania! Quebrou o SENHOR a vara dos perversos e o cetro dos dominadores, que feriam os povos com furor, com golpes incessantes, e com ira dominavam as nações, com perseguição irreprimível. Já agora descansa e está sossegada toda a terra. Todos exultam de júbilo” (Isaías 14:4-7).
Antes de prosseguir, devemos observar a importância do caso da Babilônia antiga na interpretação da Babilônia simbólica do Apocalipse. No Antigo Testamento, há várias profecias sobre a queda da Babilônia. Estas profecias foram cumpridas na queda do domínio babilônico e até na destruição da cidade, mas não literalmente de uma forma imediata e desastrosa.
A cidade “caiu” ao líder persa, Ciro o Grande, em 539 a.C., data que geralmente marca o fim do império babilônico, mas as batalhas desta conquista ocorreram em outros lugares, fora da cidade. Sabemos que os persas e medos se juntaram para vencer os babilônicos. Isaías fala especificamente de Ciro (45:1-2; 48:14-15) e dos medos como instrumentos de Deus neste castigo (Isaías 13:17-20).
Jeremias, também, foi específico quando disse que o castigo da Babilônia viria logo no fim dos setenta anos do cativeiro de Judá (Jeremias 25:12), que os medos seriam o instrumento de Deus para castigá-la (51:11), que a destruição dela seria repentina (51:8) e seria afundada como uma pedra jogada no rio (51:63-64). Não podemos forçar uma interpretação literal, pois a cidade permaneceu alguns séculos depois da invasão dos persas e medos, sendo desfeita aos poucos como resultado dos estragos de várias invasões nas épocas dos medo-persas, dos gregos e helenistas e até dos romanos.
Não é possível mostrar cumprimento literal de todos os detalhes das profecias da queda da Babilônia antiga (alguns exemplos se encontram em Isaías 13:5,9-13,15-16; 14:22-23; 21:9; 43:14; 47:1,5; Jeremias 25:12-14; 50:1-2,9-10,21-46; 51:1-64).
Usando o exemplo de profecias sobre a Babilônia histórica, percebemos que profecias de destruição nas Escrituras podem empregar linguagem poética e hiperbólica, podem usar figuras específicas para falar de castigos mais gerais e podem comprimir uma série de acontecimentos em um único evento. Com este entendimento, ainda mantemos a nossa confiança nas afirmações do Apocalipse que as profecias seriam cumpridas em breve.
Não precisamos mostrar a destruição total e repentina da cidade de Roma, nem a queda iminente do império romano. A linguagem profética afirma a humilhação dos poderes que perseguiam os santos, e a história mostra que foram, de fato, humilhados e derrotados.
E se tornou morada de demônios, covil de toda espécie de espírito imundo e esconderijo de todo gênero de ave imunda e detestável: A grande cidade que estava cheia de atividade e de pessoas poderosas e ricas se torna uma cidade abandonada e suja (cf. Isaías 13:19-22). Mais uma vez, o contraste entre as duas principais cidades do livro se torna evidente. A cidade mundana se torna lugar deserto e imundo, ocupado por demônios e espíritos imundos. A cidade santa, a nova Jerusalém, será habitada por multidões na presença do Senhor, e “Nela, jamais penetrará coisa alguma contaminada” (21:27).
Apocalipse 18:3
Este versículo repete alguns dos motivos do castigo de Roma: Pois todas as nações têm bebido do vinho do furor da sua prostituição. Com ela se prostituíram os reis da terra: A meretriz contaminou as nações com a sua maldade, avareza, etc.
Também os mercadores da terra se enriqueceram à custa da sua luxúria: Roma foi um grande consumidor, procurando e tomando para si tudo que traria prazer carnal ou glória material. Pelo fato do império controlar o comércio entre os continentes de Europa, África e Ásia, as nações exportadoras dominadas pelos romanos se enriqueceram por causa desse comércio. A luxúria é o desejo descontrolado, um termo que, muitas vezes, descreve a sensualidade e lascívia.
Apocalipse 18:4
Ouvi outra voz do céu, dizendo: Retirai-vos dela, povo meu, para não serdes cúmplices em seus pecados: Esta linguagem vem de Isaías 52:11, um trecho que fala sobre o fim do cativeiro dos israelitas. Deus promete trazer o seu povo remido de volta para Sião, mas exige que venha sem a impureza e a idolatria praticada por seus opressores. A purificação e a fidelidade do povo seriam essenciais para a comunhão com o santo Senhor (52:1-6).
Paulo emprega a mesma linguagem em um apelo à santidade (2 Coríntios 6:14 – 7:1). Para ser o povo de Deus e manter e gozar a comunhão com o Senhor, é necessário ser santificado. Esta santidade é oposta à imundícia e à luxuria da meretriz.
E para não participardes dos seus flagelos: Se participar dos pecados, receberiam o mesmo castigo. Deus chama o povo dele para ser separado. A santificação é uma exigência fundamental do evangelho como base da comunhão com Deus: “Segui a paz com todos e a santificação, sem a qual ninguém verá o Senhor, atentando, diligentemente, por que ninguém seja faltoso, separando-se da graça de Deus” (Hebreus 12:14-15).
Apocalipse 18:5
Porque os seus pecados se acumularam até ao céu: A voz do sangue de Abel chegou ao Senhor, pedindo vingança (Gênesis 4:10). O clamor de Sodoma e Gomorra subiu até Deus, trazendo sua ira na destruição das cidades (Gênesis 18:20-21). A meretriz acumulou tanta iniquidade que chegou até ao céu.
Deus se lembrou dos atos iníquos que ela praticou: O Senhor não podia ignorar a maldade de Roma. Ela se exaltou em rebeldia contra Deus e contra a sua vontade. O castigo se tornou inevitável.
Apocalipse 18:6
Dai-lhe em retribuição como também ela retribuiu, pagai-lhe em dobro segundo as suas obras: A justiça divina opera-se pelo princípio da colheita: “Aquilo que o homem semear, isso também ceifará” (Gálatas 6:7). Roma conduziu outras nações a participarem na sua iniquidade e a sofrerem as consequências nos flagelos de Deus. Agora, veio a hora da retribuição.
No cálice em que ela misturou bebidas, misturai dobrado para ela: Induzir outros ao pecado não é ato de amor ou amizade. Causa sofrimento e os leva ao castigo. Por ter feito isso, a meretriz terá que beber do cálice da ira de Deus (cf.
comentários sobre 14:8,10).
Apocalipse 18:7
O quanto a si mesma se glorificou e viveu em luxúria, dai-lhe em igual medida tormento e pranto: O castigo na medida do crime cometido. Ele se entregou à luxúria sem limites, e agora sofreria tormento sem limites.
Porque diz consigo mesma: Estou sentada como rainha. Viúva, não sou. Pranto, nunca hei de ver!: Na sua arrogância, Roma se achou invencível. Ela dominava o mundo, e nem imaginou alguém capaz de tirá-la de sua posição exaltada.
A cidade de Roma e os seus imperadores chegaram a ser adorados como deuses. A confiança exagerada dela nos lembra dos edomitas no Antigo Testamento: “A soberba do teu coração te enganou, ó tu que habitas nas fendas das rochas, na tua alta morada, e dizes no teu coração: Quem me deitará por terra? Se te remontares como águia e puseres o teu ninho entre as estrelas, de lá te derribarei, diz o SENHOR” (Obadias 3-4; cf. a profecia semelhante sobre a Etiópia e a Assíria em Sofonias 2:15). Os versículos 7 e 8 claramente tomam a sua linguagem de uma profecia sobre a Babilônia histórica: “Ouve isto, pois, tu que és dada a prazeres, que habitas segura, que dizes contigo mesma: Eu só, e além de mim não há outra; não ficarei viúva, nem conhecerei a perda de filhos. Mas ambas estas coisas virão sobre ti num momento, no mesmo dia, perda de filhos e viuvez; virão em cheio sobre ti, apesar da multidão das tuas feitiçarias e da abundância dos teus muitos encantamentos” (Isaías 47:8-9). Compare, agora, o que viria sobre a Babilônia do Apocalipse.
Apocalipse 18:8
Por isso, em um só dia, sobrevirão os seus flagelos: morte, pranto e fome; e será consumida no fogo: A autoconfiança da Babilônia a deixa totalmente despreparada e vulnerável quando vem o juízo de Deus. Mais um versículo de Isaías salienta o perigo que a Babilônia e Roma enfrentaram, o mesmo que enfrentamos hoje numa sociedade dominada pelos avanços da ciência e da tecnologia: “Porque confiaste na tua maldade e disseste: Não há quem me veja. A tua sabedoria e a tua ciência, isso te fez desviar, e disseste contigo mesma: Eu só, e além de mim não há outra” (Isaías 47:10). A palavra traduzida “flagelos” é a mesma que descreve, em outros livros do Novo Testamento, os açoites de castigo (Atos 16:23,33; 2 Coríntios 6:5; 11:23). Aqui e outras vezes no Apocalipse, identifica os “açoites” de castigo que vêm de Deus.
Porque poderoso é o Senhor Deus, que a julgou: Roma se achou poderosa, mas se enganou. Deus é o verdadeiro Onipotente, e ele julgou a meretriz. Ela não escapará deste castigo. Paulo disse: “A fraqueza de Deus é mais forte do que os homens” (1 Coríntios 1:25).
As Reações à Queda da Babilônia (18:9-20)
As reações à queda da meretriz são duas: lamentação e exultação. Primeiro, encontramos a lamentação repetida por três grupos de dependentes de Roma: os reis, os mercadores e os pilotos. Todos se expressam com variações do mesmo refrão: “Ai! Ai da grande cidade” (10,16,19). Depois, três categorias dos dependentes de Deus (santos, apóstolos e profetas) são convidados a exultarem sobre a meretriz caída (20). Agora, as lamentações:
1) Os reis lamentam sobre a meretriz (18:9-10)
Apocalipse 18:9
Ora, chorarão e se lamentarão sobre ela os reis da terra… quando virem a fumaceira do seu incêndio: Os mesmos reis que odiavam a meretriz e contribuíram à destruição dela (17:16) agora lamentam a queda da Babilônia. Apesar de detestar a meretriz que os dominava (17:18), eles viviam do comércio gerado pela luxúria dela. A destruição da meretriz teria um impacto econômico muito negativo para os países comerciantes.
Apocalipse 18:10
E, conservando-se de longe, pelo medo do seu tormento: As nações participaram dos lucros, e até dos erros, mas não querem se envolver na hora do castigo.
Dizem: Ai! Ai! Tu, grande cidade, Babilônia, tu, poderosa cidade! Pois, em uma só hora, chegou o teu juízo: A poderosa cidade que dominava os reis do mundo recebe a justa recompensa por seu erro. O juízo de Deus chega repentinamente, tomando a orgulhosa meretriz de surpresa.
2) Os mercadores lamentam sobre a meretriz (18:11- 17a)
Apocalipse 18:11
E, sobre ela, choram e pranteiam os mercadores da terra, porque já ninguém compra a sua mercadoria: Confirmação do motivo egoísta da tristeza das nações! Não choraram por amor de Roma, e sim por perda de lucros! O egoísmo e o materialismo são características de pessoas carnais. Roma mostrou este mesmo espírito, e os sujeitos que participavam da prostituição dela, também, se mostraram carnais. “Mercadores” vem de uma palavra que sugere atacadistas, aqueles que transportaram mercadoria de longe para vender em grandes quantidades.
Apocalipse 18:12-14
Mercadoria de ouro, de prata, de pedras preciosas…: Esta lista de produtos mostra a extrema riqueza da meretriz. Consumia todo tipo de mercadoria de luxo, até escravos. A opulência de Roma levou a cidade ao exagero de um consumismo desenfreado, e as nações exportadoras lucraram com isso.
A lista de mercadoria nestes versículos é paralela, embora mais resumida, à lista de Ezequiel 27 e 28. Aquela profecia falou da mercadoria comprado por Tiro, um porto que controlava, na sua época, uma boa parte do comércio do Mediterrâneo. Os produtos citados vêm de diversos países em continentes diferentes. Roma, na época do Apocalipse, controlava o comércio no mar Mediterrâneo e, com isso, uma boa parte dos negócios entre os continentes da Ásia, África e Europa. A palavra traduzida “mercadoria” normalmente indica frete de um navio.
Estes versículos reforçam a interpretação da meretriz como símbolo de Roma e sua vida comercial e materialista.
Nunca jamais serão achados: Depois de gerações de luxo, Roma não teria mais o domínio comercial e a facilidade de obter estas mercadorias. Perderia poder e prosperidade e, como consequência, sua capacidade de satisfazer seus próprios apetites.
Apocalipse 18:15-17a
Os mercadores destas coisas, que, por meio dela, se enriqueceram, conservar-se-ão de longe, pelo medo do seu tormento, chorando e pranteando, dizendo Ai! Ai da grande cidade: Os mercadores, como os reis (18:10), ficam longe da meretriz e repetem o refrão de lamentação: “Ai! Ai da grande cidade!” Que estava vestida de linho finíssimo, de púrpura…: A descrição da meretriz (17:4). Agora ele deixa claro o significado, frisando a prosperidade e materialismo da cidade.
Porque, em uma só hora, ficou devastada tamanha riqueza: A Babilônia tinha tudo, e se achava superior a todos. Agora, pela declaração de Deus, perde tudo.
3) Os pilotos lamentam sobre a meretriz (18:17b-19):
Apocalipse 18:17b
E todo piloto, e todo aquele que navega livremente, e marinheiros, e quantos labutam no mar conservaram-se de longe: Já observamos a importância do poder de Roma sobre o mar Mediterrâneo. As economias de nações dependiam do comércio com Roma e, por isso, os reis lamentaram (18:9-10). Os mercadores dependiam deste comércio, dando-lhes motivo para chorar (18:11-17). Os pilotos, também, dependiam do transporte de mercadoria. Mas, como os outros, eles ficam longe na hora do castigo da grande cidade, porque não querem sofrer com ela.
Apocalipse 18:18
Então, vendo a fumaceira do seu incêndio, gritavam: Que cidade se compara à grande cidade?: As palavras de blasfêmia de novo! Os aliados do diabo se exaltaram diante dos homens tanto que os habitantes da terra acreditavam, por um tempo, nas suas arrogantes afirmações (cf. os comentários sobre Miguel e a besta do mar em 13:4, lição 22). Mas o motivo desta arrogância sumiu numa nuvem de fumaça subindo da cidade!
Apocalipse18:19
Lançaram pó sobre a cabeça e, chorando e pranteando, gritavam: Uma cena igual à lamentação dos pilotos quando Tiro caiu (Ezequiel 27:27-32). Lançar pó sobre a cabeça mostra angústia e tristeza (Jó 2:12; Ezequiel 27:30). Ai! Ai da grande cidade: O terceiro refrão destas lamentações.
Na qual se enriqueceram todos os que possuíam navios no mar, à custa da sua opulência, porque, em uma só hora, foi devastada!: O motivo dos pilotos, como o dos mercadores, é egoísta. Nada de tristeza pela meretriz. Eles choram porque perderam os seus contratos como transportadores.
A Exultação dos Santos (18:20): Os reis, mercadores e pilotos podem lamentar, mas a queda da Babilônia é ocasião de alegria para os servos do Senhor!
Apocalipse 18:20
Exultai sobre ela, ó céus, e vós, santos, apóstolos e profetas, porque Deus contra ela julgou a vossa causa: Os habitantes da terra podem lamentar, mas os que habitam no céu celebram a vitória! A causa dos fiéis foi o assunto das orações dos santos (5:8; 8:4) e das petições das almas debaixo do altar no quinto selo (6:9-11).
Santos, apóstolos e profetas foram perseguidos e oprimidos por aqueles que habitam sobre a terra. A queda da Babilônia, a meretriz que bebera o sangue dos santos (17:6), foi um passo importante na direção da vindicação total da causa dos servos do Senhor.
A DERROTA TOTAL DA BABILÔNIA (18:21-24)
A primeira vez que a palavra Babilônia aparece no Apocalipse foi para anunciar a queda dela (14:8). A última vez que aparece (18:21) é para declarar a sua derrota total e final.
Apocalipse 18:21
Então, um anjo forte levantou uma pedra como grande pedra de moinho e arrojou-a para dentro do mar: Foi um anjo forte que procurou alguém para abrir o livro e revelar a vontade de Deus (5:2). Foi um anjo forte que desceu do céu e jurou que o mistério de Deus seria cumprido (10:1-7). Agora, um anjo forte joga a grande pedra no mar, declarando a finalidade do castigo previsto. Jesus usou a figura de lançar alguém no mar com uma grande pedra de moinho pendurada no pescoço para descrever a morte (Mateus 18:6; Marcos 9:42). Este ato simbólico do anjo declara a morte, a derrota total, da meretriz.
Assim, com ímpeto, será arrojada Babilônia, a grande cidade, e nunca jamais será achada: Em relação à interpretação literal ou figurada desta profecia, leia os comentários sobre 18:2. Da mesma maneira que entendemos as profecias sobre a Babilônia histórica, aceitamos estas profecias sobre a destruição da Babilônia simbólica. O ponto não é a forma do castigo, mas sua certeza. Ela afirmou, na sua arrogância, que nunca veria pranto (18:7). Deus declara que ela nunca será vista, e nunca verá a vida! A Babilônia foi jogada no mar e se afundou. Jamais levantará a sua mão contra os servos do Senhor. Compare a profecia sobre a Babilônia antiga em Jeremias 51:63-64.
O estado de morte da meretriz é descrito nas figuras nos versículos seguintes. É uma cidade morta. Não há nela os sons de festa, nem os sons do trabalho de fábricas, nem de produção de alimentos; não há luz, pois, a cidade se escureceu. O que acha é apenas o sangue dos santos, motivo da morte da meretriz.
Apocalipse 18:22
E voz de harpistas, de músicos, de tocadores de flautas e de clarins jamais em ti se ouvirá: A festa acabou! A alegria da música, característica de uma cidade de luxúria e prosperidade, cessou. A Babilônia nunca voltaria a ter a mesma alegria.
Nem artífice algum de qualquer arte jamais em ti se achará: A cidade era um centro de atividade comercial, mas agora pararam para sempre as atividades de artesanato e produção.
Nunca jamais em ti se ouvirá o ruído de pedra de moinho: Nenhum barulho de produção de alimentos. O silêncio da morte toma conta da cidade.
Apocalipse 18:23-24
Também jamais em ti brilhará a luz de candeia: Mais um sinal de uma cidade morta. Nenhum som e nenhuma luz.
Nem voz de noivo ou de noiva jamais em ti se ouvirá: O casamento sempre é um sinal de esperança, de planos para o futuro (Mateus 24:38). Mas a Babilônia não tem futuro; não terá nela as vozes de noivos.
Pois os teus mercadores foram os grandes da terra: A Babilônia foi exaltada e exercia poder e influência sobre os outros.
Os motivos do castigo dela são resumidos em dois pontos:
1) Porque todas as nações foram seduzidas pela tua feitiçaria: A meretriz seduziu as nações, que participaram com ela na sua prostituição. Este envolvimento dos povos com a Babilônia foi um dos pontos principais deste capítulo.
2) E nela se achou sangue de profetas, de santos e de todos os que foram mortos sobre a terra: Mais uma vez, ele volta ao motivo maior do castigo de Roma. Perseguia os santos e se embriagou com o sangue deles (17:6). Deus castiga a Babilônia como ato de justiça, trazendo a merecida vingança pela perseguição do povo do Senhor. A súplica do quinto selo está sendo respondida!
CONCLUSÃO:
Nos capítulos 12 e 13, conhecemos três grandes inimigos do povo de Deus – o dragão e suas duas bestas. No capítulo 17, conhecemos mais uma aliada do dragão, a grande meretriz Babilônia. Ela é descrita como a cidade sentada sobre sete montes, bêbada com o sangue dos santos, que dominava os reis da terra. Ela depende da besta do mar, o poder do império romano. Este capítulo esclarece melhor o significado da besta, apontando ao poder perseguidor do governo romano, especialmente às perseguições que seriam feitas por um imperador que viria pouco depois da profecia de João.
O anjo de Deus desceu do céu e declarou: “Caiu! Caiu a grande Babilônia” (18:2). Seguiu-se o coro dos habitantes da terra lamentando a queda da grande meretriz. Os reis, os mercadores e os marinheiros repetiam o mesmo refrão: “Ai! Ai da grande cidade” (18:10,16,19). A cena final deste capítulo descreve a cidade, antigamente grande e ativa, tomada pelo silêncio de uma tumba. A Babilônia, por se exaltar e por se colocar em oposição a Deus, foi jogada no mar e totalmente derrotada pelo Senhor. E os santos, os fiéis que não cederam às pressões da perseguição, celebraram a vitória da justiça divina.
Lição em PDF
Caiu! Caiu! Caiu a Grande Babilônia!
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Aula do Capítulo 19