Vamos a nossa aula!
Segue abaixo o Exercício do Capítulo 18!
Lições do Capítulo 19 – Júbilo no Céu – A Derrota da Besta e do Dragão
APOSTILA
Leitura do Capítulo (NVI)
1 Depois disso ouvi no céu algo semelhante à voz de uma grande multidão, que exclamava: “Aleluia! A salvação, a glória e o poder pertencem ao nosso Deus,
2 pois verdadeiros e justos são os seus juízos. Ele condenou a grande prostituta que corrompia a terra com a sua prostituição. Ele cobrou dela o sangue dos seus servos”.
3 E mais uma vez a multidão exclamou: “Aleluia! A fumaça que dela vem, sobe para todo o sempre”.
4 Os vinte e quatro anciãos e os quatro seres viventes prostraram-se e adoraram a Deus, que estava assentado no trono, e exclamaram: “Amém, Aleluia! “
5 Então veio do trono uma voz, conclamando: “Louvem o nosso Deus, todos vocês, seus servos, vocês que o temem, tanto pequenos como grandes! “
6 Então ouvi algo semelhante ao som de uma grande multidão, como o estrondo de muitas águas e fortes trovões, que bradava: “Aleluia! pois reina o Senhor, o nosso Deus, o Todo-poderoso.
7 Regozijemo-nos! Vamos nos alegrar e dar-lhe glória! Pois chegou a hora do casamento do Cordeiro, e a sua noiva já se aprontou.
8 Foi-lhe dado para vestir-se linho fino, brilhante e puro”. O linho fino são os atos justos dos santos.
9 E o anjo me disse: “Escreva: Felizes os convidados para o banquete do casamento do Cordeiro! ” E acrescentou: “Estas são as palavras verdadeiras de Deus”.
10 Então caí aos seus pés para adorá-lo, mas ele me disse: “Não faça isso! Sou servo como você e como os seus irmãos que se mantêm fiéis ao testemunho de Jesus. Adore a Deus! O testemunho de Jesus é o espírito de profecia”.
11 Vi o céu aberto e diante de mim um cavalo branco, cujo cavaleiro se chama Fiel e Verdadeiro. Ele julga e guerreia com justiça.
12 Seus olhos são como chamas de fogo, e em sua cabeça há muitas coroas e um nome que só ele conhece, e ninguém mais.
13 Está vestido com um manto tingido de sangue, e o seu nome é Palavra de Deus.
14 Os exércitos do céu o seguiam, vestidos de linho fino, branco e puro, e montados em cavalos brancos.
15 De sua boca sai uma espada afiada, com a qual ferirá as nações. “Ele as governará com cetro de ferro”. Ele pisa o lagar do vinho do furor da ira do Deus todo-poderoso.
16 Em seu manto e em sua coxa está escrito este nome: REI DOS REIS E SENHOR DOS SENHORES.
17 Vi um anjo que estava de pé no sol e que clamava em alta voz a todas as aves que voavam pelo meio do céu: “Venham, reúnam-se para o grande banquete de Deus,
18 para comerem carne de reis, generais e poderosos, carne de cavalos e seus cavaleiros, carne de todos: livres e escravos, pequenos e grandes”.
19 Então vi a besta, os reis da terra e os seus exércitos reunidos para guerrearem contra aquele que está montado no cavalo e contra o seu exército.
20 Mas a besta foi presa, e com ela o falso profeta que havia realizado os sinais miraculosos em nome dela, com os quais ele havia enganado os que receberam a marca da besta e adoraram a imagem dela. Os dois foram lançados vivos no lago de fogo que arde com enxofre.
21 Os demais foram mortos com a espada que saía da boca daquele que está montado no cavalo. E todas as aves se fartaram com a carne deles.
Vídeo Aula – Randy Short
Vídeo Aula – Alcides Marques
CAPÍTULO 19
SÃO CHEGADAS AS BODAS DO CORDEIRO (APOCALIPSE 19:1-10)
Antes de começar as séries de julgamentos, o Apocalipse já afirma a posição exaltada do Senhor. Jesus recebe “a glória e o domínio pelos séculos dos séculos” (1:6). O Senhor Deus é o Todo-Poderoso (1:8; 4:8). O Pai senta no trono, vive eternamente e recebe das suas criaturas “a glória, a honra e o poder” (4:9-11). O Pai e o Filho recebem “o domínio pelos séculos dos séculos” (5:13).
As cenas de julgamento demonstram a soberania de Deus. No intervalo entre os sexto e sétimo selos, Deus está no trono e recebe o louvor daqueles que proclamam que ele possui o poder e a força pelos séculos dos séculos (7:12). A sétima trombeta declara o reino universal de Cristo, que “reinará pelos séculos dos séculos”, dizendo que o “Senhor Deus, Todo-Poderoso” assumiu seu grande poder e passou a reinar (11:15-17).
Os conflitos do capítulo 12 mostram o fracasso do dragão, porque “Agora, veio a salvação, o poder, o reino do nosso Deus e a autoridade do seu Cristo” (12:10). A cena no monte Sião, antes das vozes do capítulo 14, mostra o Cordeiro em pé sobre o monte (14:1).
No intervalo antes do derramamento das sete taças, os vencedores adoram o “Senhor Deus, Todo-Poderoso”, o “Rei das nações” (15:3). A vitória sobre a grande meretriz foi garantida, pois o Cordeiro é “o Senhor dos senhores e o Rei dos reis” (17:14).
Mas houve momentos em que estas verdades sobre a primazia de Deus se tornaram mais obscuras: Quando a besta venceu as duas testemunhas (11:7); quando o dragão se mostrou forte diante da mulher (12:3-4); quando a besta do mar se exaltou e desafiou e venceu os servos de Deus com suas palavras arrogantes e blasfemadoras (13:4-7); quando a besta da terra fez morrer aqueles que recusaram adorar a besta (13:15); e quando a grande meretriz se embriagou com o sangue dos santos (17:6). É difícil manter uma confiança total no Senhor quando parece que o mal vence o bem.
Os últimos cinco capítulos do Apocalipse servem para apagar qualquer dúvida que tenha sobrado. Deus é o Soberano que reina eternamente, e os fiéis que confiam no sangue do Cordeiro vencem para participar do reino eterno. A vitória total e final é dos santos. As bodas do Cordeiro representam a celebração desta grande vitória.
Apocalipse 19:1
Depois destas coisas, ouvi no céu uma como grande voz de numerosa multidão: Três vezes neste livro encontramos a numerosa ou grande multidão, sempre no céu e sempre adorando ao Senhor (7:9-10; 19:1; 19:6).
Aleluia! A salvação, e a glória, e o poder são do nosso Deus: A palavra “aleluia”, embora comum em expressões de louvor em nossos dias, aparece em apenas dois livros da Bíblia – os Salmos e o Apocalipse. Vem do hebraico e significa “louve a Deus” (Jah ou Yah, uma contração de YHWH, Jeová ou Javé).
No Apocalipse, a forma grega da palavra aparece apenas quatro vezes, todas neste capítulo (19:1,3,4,6). Cada vez que pronunciamos esta palavra, falamos o nome de Deus e, por isso, deve ser falada com toda reverência e respeito. Não é uma palavra comum ou uma mera interjeição, e sim, uma expressão de adoração ao Senhor. As outras palavras usadas aqui são expressões comuns do louvor dado ao Senhor no Apocalipse (como também em outros livros): salvação (7:10; 12:10), glória (1:6; 4:9,11; 5:12,13; 7:12; 11:13; 14:7; 16:9; 19:7; 21:26), poder (4:11; 5:12; 7:12; 11:17;12:10).
Apocalipse 19:2
Porquanto verdadeiros e justos são os seus juízos: A mesma mensagem e o mesmo motivo de louvor encontrados na terceira taça (16:4-7). Deus, por ser santo, é absolutamente justo.
Pois julgou a grande meretriz que corrompia a terra com a sua prostituição e das mãos dela vingou o sangue dos seus servos: No julgamento da Babilônia, Deus se mostrou justo e respondeu à petição das almas debaixo do altar, no quinto selo, que esperavam a vingança contra seus perseguidores (6:9-11).
Apocalipse 19:3
Segunda vez disseram: Aleluia!: A multidão repete sua palavra de adoração, dando honra a Deus.
E a sua fumaça sobe pelos séculos dos séculos: A fumaça acompanha várias figuras do castigo divino (cf. 9:18; 14:11).
Subiu de Sodoma e Gomorra (Gênesis 19:28). Deus respondeu à oração de Davi quando este pediu livramento das mãos de Saul. Davi descreveu a justiça divina, dizendo: “Das suas narinas, subiu fumaça, e da sua boca, fogo devorador” (2 Samuel 22:9; cf. Salmo 18:8; 37:20).
Isaías falou de “espessas nuvens de fumaça” para descrever o castigo de Israel (Isaías 9:18). Como consequência do julgamento divino de Edom e das nações, “Nem de dia nem de noite se apagará; subirá para sempre a sua fumaça” (Isaías 34:10). Sobe para sempre ou pelos séculos dos séculos, não literalmente, mas para mostrar a vitória total do Senhor sobre a Babilônia.
Apocalipse 19:4
Os vinte e quatro anciãos e os quatro seres viventes prostraram-se e adoraram a Deus, que se acha sentado no trono: Semelhante às “ondas de louvor” dos capítulos 4 e 5, mas aqui a adoração começa com a grande multidão e continua com os 24 anciãos e os quatro seres viventes. Deus permanece no trono. Imperadores vêm e vão, mas o Todo-Poderoso continua governando o seu reino universal e eterno.
Dizendo: Amém! Aleluia!: Que seja assim! Louve a Deus!
Apocalipse 19:5
Saiu uma voz do trono, exclamando: Esta voz não é de Deus, pois chama os servos para louvar ao “nosso Deus”. Quem poderá estar junto ao trono de Deus? Há algumas possibilidades: 1) Os quatro seres viventes ficam “no meio do trono e à volta do trono”
(4:6); 2) Os vencedores recebem a promessa de sentar com Jesus no seu trono (3:21) para reinar com ele (2:26-27). Eles entram na presença de Deus e ele estende sobre eles o seu tabernáculo (7:14-15). São colunas permanentes no santuário de Deus (3:12).
Dai louvores ao nosso Deus, todos os seus servos, os que o temeis, os pequenos e os grandes: Toda criatura, da menor ao maior, deve honra ao Senhor (cf. 5:8-14). Temer significa ter medo ou respeitar e reverenciar. Deus merece o temor de todas as suas criaturas (cf. 1 Pedro 2:17).
Apocalipse 19:6
Então, ouvi uma como voz de numerosa multidão: Voltamos ao início de uma nova “onda de louvor” no ponto de partida, a numerosa multidão (19:1).
Como de muitas águas e como de fortes trovões: Estas descrições identificam, em outros versículos, a forte voz de Jesus (1:15), dos sons que vêm do trono (4:5; 8:5; 11:19; 16:17-18), ou de um grande número de adoradores (14:2). Aqui, é a voz coletiva da grande multidão.
Dizendo: Aleluia! Pois reina o Senhor, nosso Deus, o Todo-Poderoso: O dragão queria reinar, mas não conseguiu. A besta se achava única, mas sua autoridade duraria pouco tempo (13:4-5). A meretriz dominava os reis do mundo, mas ela caiu (17:18; 18:2). Das dez vezes que a palavra traduzida aqui por “Todo-Poderoso” aparece no Novo Testamento, nove estão no Apocalipse (1:8; 4:8; 11:17; 15:3; 16:7,14; 19:6,15; 21:22).
Apocalipse 19:7
Alegremo-nos, exultemos e demos-lhe a glória, porque são chegadas as bodas do Cordeiro: Anunciam o motivo da celebração: é uma festa de casamento! O Cordeiro receberá a sua noiva! A figura do casamento para representar a relação de Deus com o seu povo é usada no Velho Testamento para falar sobre o povo judeu.
Deus tomou Israel (ou Judá) como sua esposa, mas ela foi infiel, cometendo adultério espiritual (Ezequiel 16; Oséias 2 e 3). No Novo Testamento, Cristo se entregou por sua noiva, e quer que ela seja “gloriosa, sem mácula, nem ruga, nem coisa semelhante, porém santa e sem defeito” (Efésios 5:25-27).
Cuja esposa a si mesma já se ataviou: Ela se preparou para o casamento, como uma noiva se prepara para se apresentar ao noivo. A ideia da noiva nas Escrituras exige o esforço da igreja para se apresentar pura e sem mancha. Paulo disse: “Porque zelo por vós com zelo de Deus; visto que vos tenho preparado para vos apresentar como virgem pura a um só esposo, que é Cristo” (2 Coríntios 11:2).
Apocalipse 19:8
Pois lhe foi dado vestir-se de linho finíssimo, resplandecente e puro: A meretriz, a grande cidade mundana, estava vestida de linho finíssimo, mas sua posição como rainha durou pouco tempo. Linho fino é a roupa adequada para um servo na presença de um rei (Gênesis 41:2).
Foi usado nas vestes sacerdotais no Velho Testamento (Êxodo 28:5,6,8,15,39,42; 1 Samuel 2:18; 22:18). Deus vestiu sua esposa em linho fino (Ezequiel 16:10,13). Em outros trechos do Apocalipse, linho finíssimo mostra a pureza dos servos de Deus. É vestido pelos anjos que saem do santuário com os sete flagelos (15:6; cf. Ezequiel 10:2-7). A noiva que se apresenta a
Cristo é vestida de linho fino.
Porque o linho finíssimo são os atos de justiça dos santos: O significado do linho, como já deduzimos das citações acima, é a pureza dos servos obedientes. Este versículo não nega a importância da graça divina na nossa salvação, como vários outros versículos deste livro enfatizam (7:14; 12:11; etc.). Ele frisa a necessidade da fé obediente (14:12; cf. Tiago 1:25; 2:24).
Apocalipse 19:9
Então, me falou o anjo: Escreve: Bem-aventurados aqueles que são chamados à ceia das bodas do Cordeiro. E acrescentou: São estas as verdadeiras palavras de Deus: Uma afirmação importante, cuja veracidade é frisada de várias maneiras:
1) O anjo mandou que João escrevesse estas palavras (assim reforçando a ordem geral de 1:19);
2) Ele enfatizou que as palavras são verdadeiras. Obviamente, tudo que Deus fala é a verdade, mas esta palavra destaca mais ainda a importância desta afirmação;
3) Disse que são palavras de Deus, a fonte de altíssima autoridade.
A mensagem é a quarta das sete bem-aventuranças do livro. Quem são estas pessoas abençoadas? Os vencedores, os obedientes, os santos, os que não amaram a própria vida e se ofereceram totalmente ao Senhor. Neste contexto, a aplicação primária deve ser feita aos vencedores no contexto da perseguição romana.
A figura do casamento de Cristo com a sua igreja, porém, estende-se aos outros fiéis (1 Coríntios 11:2; Efésios 5:27). Os mártires da época de João acham a sua vindicação na derrota da meretriz e, logo em seguida, na queda das bestas e do dragão. A igreja de todos os lugares e de todas as épocas realiza a sua vitória em chegar à presença do Senhor – ou pela morte dos fiéis (2 Timóteo 4:6-8) ou pela segunda vinda de Jesus (1 Tessalonicenses 4:16-18).
Apocalipse 19:10
Prostrei-me ante os seus pés para adorá-lo: A primeira de duas vezes que João prepara-se para adorar um anjo (cf. 22:8). Alguns sugerem que fosse o mesmo episódio relatado duas vezes. Há várias explicações deste ato do apóstolo:
1) Alguns comentaristas dizem que não foi um ato do próprio João, mas que ele se viu nas visões agindo desta maneira. Assim, o ato dele faz parte da cena e serve como advertência sobre o perigo da idolatria, sem sugerir qualquer erro real cometido pelo apóstolo;
2) Outros sugerem que João se confundiu, achando que o anjo fosse o próprio Jesus e, assim, merecedor de adoração;
3) Uma outra explicação é que João ficou tão maravilhado com a cena das bodas que caiu impulsivamente para dar homenagem ao anjo que lhe mostrou as coisas da visão;
4) A outra possibilidade é que João errou e, agindo sem refletir, começou a dar louvor impróprio ao anjo.
Enquanto todas estas explicações parecem plausíveis, e eu não tomaria uma posição dogmática, parece-me que a última – que João falhou e foi repreendido – seja a mais natural e menos complicada.
Seria inteiramente natural, nas Escrituras, revelar as falhas de um bom homem. Noé, Abraão, Moisés, Gideão, Davi, Pedro e outros heróis bíblicos cometeram erros graves, e os relatos nas Escrituras não escondem estas falhas. Não esperaríamos um erro desta gravidade do apóstolo velho e fiel, mas não é fora de cogitação.
Ele, porém, me disse: Vê, não faças isso; sou conservo teu e dos teus irmãos que mantêm o testemunho de Jesus; adora a Deus: Independente do motivo ou da explicação dada às ações de João, a resposta do anjo reforça um fato importante. A adoração pertence exclusivamente a Deus (cf. Mateus 4:10; Atos 10:25-26; 14:11-18).
O problema fundamental no Apocalipse é a tentação de adorar falsos deuses, especificamente a besta. Historicamente, os romanos aceitavam bem as diversas religiões dos povos sujeitos, pois estes meramente acrescentaram mais alguns deuses aos seus sistemas politeístas.
Os judeus e os cristãos, porém, foram perseguidos, em alguns períodos da história, porque, como adoradores de um só Deus, rejeitaram os deuses dos romanos. Quando recusaram a louvar os deuses, foram vistos erroneamente como ateístas. Esse ato de João em se prostrar diante do anjo ilustra o perigo de qualquer um cair na idolatria de dar honra indevida a criaturas, e não ao Criador. Todos, até o próprio apóstolo, precisam da admoestação do final de sua primeira carta: “Guardai-vos dos ídolos”.
O anjo se viu como conservo. Ele é uma criatura, mais próximo, em natureza, do homem do que do Criador.
O testemunho de Jesus deve ser guardado. O evangelho não é apenas uma história interessante. É uma mensagem que exige uma reação. O evangelho deve ser obedecido (Romanos 10:16; 2 Tessalonicenses 1:8; 1 Pedro 4:17).
Pois o testemunho de Jesus é o espírito da profecia: Jesus é a essência de profecia, pois ela olha para o Senhor dos senhores e Rei dos reis. A importância não deve ser dada ao anjo ou a qualquer outro mensageiro. Jesus é o personagem principal da revelação do mistério de Deus. Ele, e não os anjos, merece a adoração. A aceitação de adoração por parte de Jesus e a ordem do Pai que ele fosse adorado (Hebreus 1:6) são algumas das provas da divindade dele. As palavras verdadeiras e as profecias que vêm de Deus nos levam a honrar e adorar a Jesus. Adoração de qualquer criatura, mesmo de um anjo, seria errado, uma forma de idolatria. Veremos nos próximos versículos o destino da besta – o objeto de louvor dos ímpios – e do falso profeta que induz os homens a adorá-la.
JESUS VENCE AS BESTAS (APOCALIPSE 19:11-21)
O último inimigo apresentado foi o primeiro derrotado. A Babilônia caiu e os habitantes da terra lamentaram a sua destruição. Agora chegamos à segunda fase da vitória de Jesus, a destruição das bestas. Este trecho fala principalmente sobre o Vencedor, dando muito mais destaque ao Verbo de Deus do que aos adversários. A ênfase está no caráter de Jesus, pois a vitória vem de sua natureza justa e pura. Quando chega à cena da batalha, tudo passa num piscar de olhos. A vitória divina é certa e total. Jesus é o
Rei dos reis e Senhor dos senhores!
Apocalipse 19:11
Vi o céu aberto: O céu aberto em João 1:51 mostra o papel essencial de Jesus na salvação, dando aos homens acesso ao céu. Em Atos 10:11, o céu aberto revela a mensagem da salvação dos gentios. Agora, o céu aberto revela a salvação dos fiéis depois das tribulações sofridas pelas mãos dos perseguidores.
E eis um cavalo branco: A identificação do cavalo e do cavaleiro vencedor do primeiro selo (6:1-2) depende, em parte, deste trecho. Aqui, não há dúvida sobre o cavaleiro, que logo será identificado como o Verbo de Deus (19:13). Já sabendo que se trata de Jesus, observemos bem as características destacadas nesta descrição.
O seu cavaleiro se chama Fiel e Verdadeiro: Jesus é “a testemunha fiel e verdadeira” (3:14; cf. 1:5; 2 Coríntios 1:20-22).
E julga e peleja com justiça: Esta descrição destaca dois aspectos interligados do trabalho de Jesus:
1) Ele julga. Na vinda de Jesus ao mundo, ele já julgou os homens que amavam as trevas (João 3:19). O Pai deu ao Filho o poder de julgar (João 5:22,27,30; 8:16; Atos 17:31; Romanos 2:16; 2 Timóteo 4:1).
2) Ele peleja. A consolação dos santos depende de sua confiança no comandante. Na saída do Egito, Moisés prometeu que o Senhor pelejaria pelos israelitas (Êxodo 14:14).
Prometeu a mesma coisa quando discutiram sobre a conquista da terra prometida, mas o povo não confiou no Senhor, achando os inimigos mais poderosos do que o próprio Senhor (Deuteronômio 1:26-32). Este exemplo tem significado especial em relação à mensagem do Apocalipse, pois a questão que os cristãos da época – como os de todas as épocas – enfrentaram foi a mesma: confiar em Deus ou temer os inimigos?
A resposta certa vem das palavras de Moisés: “Não os temais, porque o SENHOR, vosso Deus, é o que peleja por vós” (Deuteronômio 3:22). As orações de Daniel foram respondidas por uma visão de um homem de aparência semelhante ao cavaleiro aqui, que pelejava contra o príncipe da Pérsia (Daniel 10). Conhecimento desse guerreiro trouxe conforto ao profeta. Da mesma maneira que o povo de Israel procurou um rei guerreiro em Saul (1 Samuel 8:19-20) e achou um verdadeiro guerreiro no rei Davi (2 Samuel 5:1-3), os servos no Apocalipse procuram e acham em Jesus o perfeito guerreiro rei que irá adiante deles para enfrentar e esmagar o inimigo (6:10; 19:14).
Apocalipse 19:12
Os seus olhos são chama de fogo: A mesma descrição de Jesus em 1:14, que nos lembra do guerreiro de Daniel 10:6. Ele vê tudo.
Na sua cabeça, há muitos diademas: Nas duas outras vezes que esta palavra aparece no livro, diademas representam autoridade e poder – do dragão (12:3) e da besta do mar (13:1). Aqui, obviamente, demonstram a autoridade e o poder de Jesus. No Velho Testamento, diademas ou mitras representam a glória de uma pessoa (Provérbios 1:9; 4:9; Ezequiel 21:26). Deus é o diadema ou a glória do seu povo (Isaías 28:5), e seu povo fiel é a glória na cabeça dele (Isaías 62:3; cf. Efésios 1:12). Jesus foi coroado de glória (Hebreus 2:9).
Tem um nome escrito que ninguém conhece, senão ele mesmo: Nomes dados representam o caráter ou as características de uma pessoa (Marcos 3:16-17; Lucas 8:30; João 17:26). Jesus merece um nome superior aos outros (Hebreus 1:4; Filipenses 2:9). Mesmo quando ouvimos nomes atribuídos a Jesus (como “o Verbo de Deus” do próximo versículo), não conseguimos compreender a grandeza do seu caráter. Ele continua sendo santo e sublime.
Apocalipse 19:13
Está vestido com um manto tinto de sangue: O sangue de quem? Há, pelo menos, três explicações possíveis: 1) O sangue dele mesmo. Certamente foi o sangue do Cordeiro que trouxe a redenção e garantiu a vitória dos fiéis (cf. 1:5; 5:9; 7:14; 12:11; 22:14); 2) O sangue dos mártires, o motivo da vingança que o cavaleiro traz (cf. 6:10; 16:6; 17:6; 18:24; 19:2); 3) O sangue dos inimigos vencidos pelo Senhor (cf. 14:20). A figura similar numa profecia do Antigo Testamento pode esclarecer o sentido, favorecendo a terceira opção citada. O guerreiro volta de Edom com o sangue dos inimigos na sua roupa (Isaías 63:1-6).
E o seu nome se chama o Verbo de Deus: Um nome usado para identificar Jesus em João 1:1, 14 e 1 João 1:1. O cavaleiro no cavalo branco é Jesus Cristo.
Apocalipse 19:14
E seguiam-no os exércitos que há no céu: Quase 250 vezes, a Bíblia fala de Deus como o “Senhor dos Exércitos”, uma forte afirmação de sua onipotência. Deus chamou “da extremidade do céu, … os instrumentos da sua indignação” contra a Babilônia (Isaías 13:4-5).
Montando cavalos brancos, com vestiduras de linho finíssimo, branco e puro: A descrição dos cavalos e cavaleiros mostra que compartilham das qualidades do seu Senhor. As figuras aqui frisam a santidade, a justiça e a vitória (cf. 3:4-5,18; 4:4; 6:11; 15:6; 19:8). As vestiduras dos vencedores foram lavadas no sangue do Cordeiro (7:9,13-14; 22:14).
Apocalipse 19:15
Sai da sua boca uma espada afiada, para com ela ferir as nações: Uma característica de Cristo em 1:16, a espada da boca mostra o poder da palavra dele para julgar e castigar. Esta espada pode ser usada para pelejar contra igrejas que não se arrependem das suas obras más (2:16). Aqui, porém, é usada para castigar as nações ímpias. O efeito é semelhante ao da vara de ferro com qual Jesus domina e quebra nações, o próximo aspecto desta descrição.
E ele mesmo as regerá com cetro de ferro: O domínio de Cristo como descrito em 12:5, usando o conceito da profecia de Davi (Salmo 2:6-9). Os servos de Jesus participam deste reino em 2:26-27, como vêm os cavaleiros do exército para participar com Jesus aqui.
E, pessoalmente, pisa o lagar do vinho do furor da ira do Deus Todo-Poderoso: Sobre o vinho e o lagar, veja os comentários sobre 14:8-10,19-20 na lição 25. As pessoas que tentam negar a severidade de Jesus, sugerindo uma diferença de caráter entre o Deus do Velho Testamento e o do Novo enfrentam grandes dificuldades com versículos como este.
Jesus, pessoalmente, aplica o castigo e traz o furor de Deus sobre os ímpios. Doutrinas que enfatizam o amor de Deus até o ponto de rejeitar a sua santidade e justiça distorcem o ensinamento das Escrituras e oferecem aos pecadores uma consolação falsa. Mesmo na época da graça da Nova Aliança, não podemos esquecer da severidade de Deus sobre os desobedientes (Romanos 11:22; 2 Tessalonicenses 1:7-9; Hebreus 10:26-31).
Senhor e SENHOR no Velho e no Novo Testamentos
Muitas versões da Bíblia (inclusive a ARA2 usada como a base textual destes estudos) usam a diferença entre letras minúsculas e maiúsculas para refletir uma diferença no texto original.
Quando aparece SENHOR no Velho Testamento, representa o Tetragrama YHWH, que algumas outras versões traduzem como Javé, Jeová, Yahweh, etc. (cf. as notas na Bíblia de Estudo Almeida, da SBB, sobre Gênesis 2:4 e Êxodo 3:15). Senhor, no Velho Testamento, representa outros títulos ou nomes, ou de Deus ou de homens.
O Novo Testamento foi escrito em grego, não em hebraico e, por este motivo, o Tetragrama não aparece nele. Qualquer tentativa de inserir o Tetragrama no Novo Testamento é uma alteração humana, e não uma tradução do original.
O uso de maiúsculas em versículos como Apocalipse 19:16 não deve ser mal-entendido como referência ao Tetragrama. O motivo aqui é outro: vários títulos são apresentados em maiúsculas (cf. 17:5; Mateus 27:37; etc.).
Apocalipse 19:16 – em no seu manto e na sua coxa um nome inscrito: Nesta cena, Jesus se prepara para enfrentar os inimigos, e o nome mostrado na coxa e no manto é o nome pelo qual todo o mundo o conhecerá. Já sabemos de outros nomes: um que só ele conhece (19:12); outros pelos quais ele é conhecido pelos seus discípulos (o Verbo de Deus – 19:13; a Fiel Testemunha – 1:5; o Primogênito dos mortos – 1:5; o Soberano dos reis da terra – 1:5; o Filho de Deus – 2:18; o Santo, o Verdadeiro – 3:7; o Amém – 3:14; o Leão da tribo de Judá – 5:5; a Raiz de Davi – 5:5; o Cordeiro – 5:12; Fiel e Verdadeiro – 19:11; etc.). Quando ele se apresenta em batalha, tem um nome visível a todos, até aos inimigos.
REI DOS REIS E SENHOR DOS SENHORES: Sobre o significado deste nome aplicado a Jesus, leia os comentários sobre 17:14. A referência a este nome aqui traz à memória dos fiéis a garantia da vitória daquele versículo. O Cordeiro vencerá, e os seus servos fiéis, também, serão vencedores! Os inimigos devem temer, pois logo enfrentarão o Rei dos reis e Senhor dos senhores!
Apocalipse 19:17
Vi um anjo posto em pé no sol: Este anjo não vem de baixo, e não traz a escuridão da fumaça do abismo (cf. 9:1-11). Este aparece no sol, visível a todos e cercado pela luz brilhante. Está em pé, numa posição que representa a sua autoridade e posição como representante do comandante vencedor, o Cordeiro.
E clamou com grande voz: O anúncio do anjo vem com a autoridade dada por Deus, como já aconteceu com outros avisos importantes dados por anjos (5:2; 10:3; 14:7,9,15,18; 18:2).
Falando a todas as aves que voam pelo meio do céu: Vinde, reuni-vos para a grande ceia de Deus: Antes de continuar a leitura aqui, devemos ver um trecho semelhante em Ezequiel 39:17-20. Ezequiel profetizou sobre a restauração do reino espiritual do Senhor (caps. 36 e 37) e sobre a tentativa das nações, sob a liderança de Gogue de Magogue, de derrubá-lo (cap. 38). O capítulo 39 mostra a grande vitória do Senhor sobre as nações ímpias que se juntaram contra os remidos, e inclui esta figura da ceia das aves e animais que se satisfazem com a carne dos cadáveres. Agora, numa cena paralela, o anjo chama as aves do céu para a grande ceia. A carne está quase pronta!
Apocalipse 19:18
Para que comais carnes de reis, carnes de comandantes, carnes de poderosos: Começa com os chefes. Não são apenas os peões que sofrem. Na grande ceia de Deus, os corpos dos poderosos serão expostos às aves. Aqueles que foram convocados pelas rãs que saíram das bocas do dragão e das bestas (16:13-16) já serão encontrados mortos no campo de batalha. Antes de começar a batalha, Deus já revelou o resultado.
Carnes de cavalos e seus cavaleiros: A cavalaria, também, cairá. Homens e cavalos serão encontrados juntos e seus corpos serão devorados pelas aves.
Carnes de todos, quer livres, quer escravos, tanto pequenos como grandes: Dos mais importantes dos líderes aos escravos usados como soldados de pouco valor, todos que apoiam o dragão e as bestas cairão mortos.
Apocalipse 19:19
E vi a besta e os reis da terra, com os seus exércitos, congregados para pelejarem: Todos aqueles reunidos no capítulo 16 se preparam agora para a batalha. Como Deus conforta os seus servos! Ele inverteu a sequência aqui e revelou o resultado antes de começar a batalha. A capacidade de prever o futuro e anunciar por profecia os acontecimentos vindouros é uma qualidade especial de Deus (Isaías 44:6-8). O dragão, as bestas e os reis podem se exaltar, mas somente Deus tem certeza do resultado final da batalha!
Contra aquele que estava montado no cavalo e contra o seu exército: Se fosse um filme de guerra ou de aventura, a ênfase seria colocada nas táticas da batalha e na força dos soldados. Mas a vitória dos santos não depende de esperteza.
São vencedores por causa do caráter deles e, mais ainda, por causa do caráter do seu Rei. Jesus e seus servos vencem pela justiça, não pelos números nem pelas táticas brilhantes empregadas para enganar o inimigo. O Cordeiro vence porque ele é santo!
Os pré-milenaristas enfrentam mais um obstáculo neste ponto. Para eles, Jesus queria estabelecer o seu reino na sua primeira vinda, mas não conseguiu por causa da rejeição pelos judeus. Mas, foi o mesmo Jesus santo e perfeito.
As profecias vieram do mesmo Deus que é unicamente capaz de prever o futuro. Qualquer noção do plano de Deus ser frustrado pelo inimigo vai contra o ensinamento bíblico que ele é, por sua natureza santa e perfeita, o vencedor. Jesus é o vencedor.
Os fiéis participam da vitória porque recebem o benefício do sangue do Cordeiro e participam da natureza dele (7:14; 19:6-8; 2 Pedro 1:4).
Apocalipse 19:20
Mas a besta foi aprisionada, e com ela o falso profeta que, com os sinais feitos diante dela, seduziu aqueles que receberam a marca da besta e eram os adoradores da sua imagem: Os dois aliados do dragão introduzidos no capítulo 13 – a besta (do mar) e o falso profeta (a besta da terra que induzia as pessoas a adorarem a besta) são tomados pelas forças do Cordeiro. Foi comum nas guerras tomar os reis ou comandantes como prisioneiros, ou para o cativeiro (cf. 2 Reis 25:5-7) ou para serem executados diante do povo vitorioso (cf. Juízes 8:12,21).
Já veremos o destino destes líderes dos ímpios.
Os dois foram lançados vivos dentro do lago de fogo que arde com enxofre: O “lago de fogo” é mencionado somente no Apocalipse (cf. 20:10,14,15).
Destes versículos aprendemos que é o lugar do tormento perpétuo das duas bestas, do diabo e daqueles que não são achados no Livro da Vida. A morte e o inferno (hades), também, são lançados neste lago. Enxofre sempre representa castigo ou destruição que vem de Deus (cf. 9:17-18; 14:10; Salmo 11:5-7). A destruição, porém, não significa cessar de existir. O tormento deles continua “pelos séculos dos séculos” (20:10).
Apocalipse 19:21
Os restantes foram mortos com a espada que saía da boca daquele que estava montado no cavalo: Os seguidores das bestas não saem ilesos. A espada da boca de Jesus os mata. Ela vem da boca, representando a palavra dele que julga (Hebreus 4:12-13) e a autoridade dele para pelejar e matar (2:16). Aqui, a espada é usada contra os seguidores da besta.
E todas as aves se fartaram das suas carnes: Deus coloca diante das aves a ceia prometida!
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Aula do Capítulo 20