I. CONCEITOS E GESTÃO SECULAR
O Estado entende como Organização Religiosa as entidades de direito privado, formada pela união de indivíduos com o propósito de culto, por meio de doutrinas, envolvendo preceitos éticos. Sua regulamentação está embasada na Constituição Federal do Brasil de 1988 e Código Civil Brasileiro Lei nº 10.406/2002.
A partir dessa ideia o Governo entende que há a necessidade de uma gestão nas organizações, independentemente de serem religiosas ou não. Portanto, precisamos considerar que a busca de gestão secular se faz necessária, já que estamos tratando de uma organização que está sob as leis brasileiras,
1. O Que os estudiosos seculares pensam sobre o assunto
De acordo com Maximiano (2006) a Gestão tem seu momento de concepção entre a Revolução Urbana e a Revolução Industrial. Já como disciplina acadêmica, a Gestão tem início na Europa no século XVIII, durante a Revolução Industrial, estabelecendo “a prática em diversos conceitos” que se tornariam universais nos séculos vindouros. Porém, Antes de tudo seria bom definir os termos “gestão e Administração”, para uma compreensão mais acurada sobre a ideia secular da matéria.
Os dois termos têm origem latina, “gerere” e “administrare”. Gerere: reger, conduzir ou governar. Administrare: gerir um bem, protegendo os interesses dos que o possuem. (FERREIRA; REIS, PEREIRA; 1997. p.6).
Segundo Murad (2007, p 71), gestão é a habilidade e a arte de liderar pessoas e coordenar processos, a fim de realizar a missão de qualquer organização.
O termo “gestão” é a tradução atualizada da palavra inglesa: “management”.
Por longos anos usou-se outra palavra: “Administração”. Mas ela tinha a desvantagem de referir, principalmente, ao patrimônio físico e monetário, o que certamente, não é apenas isso. Ainda hoje, os dois termos alternam-se.
Vários livros, traduzidos do inglês, usam tanto “gestão” quanto “administração” para management.
Segundo Drucker (apud MURAD, 2007, p.20) “não se administram somente negócios. A primeira aplicação prática da teoria da Gestão ocorreu em instituições sem fins lucrativos e agências governamentais no início do século XX”.
Muitos autores têm recusado aceitar que a “Gestão” estabeleça uma ciência na exata expressão da palavra.
É importante dizer que, toda ciência se distingue pelo conhecimento do método da verdade comparando com um conjunto definido de elementos ou fatos.
“Administrar é o processo de tomar, realizar e alcançar ações que utilizam recursos para alcançar objetivos” (MAXIMIANO, 2000, p. 25).
A “principal razão” de analisar gestão como Administração é “seu impacto sobre o desempenho das organizações” (MAXIMIANO, 2000, p.
Portanto, podemos entender que, tanto gestão quanto administração, atuam por intermédio dos seus condutores, os quais são orientados a pôr em prática as suas capacidades profissionais para desenvolver a missão da organização.
2. Os empregos do método de gestão secular
Para um procedimento de Gestão conseguir seus objetivos e desempenhar sua missão, precisa estar conectado a um plano de ação com nitidez em seus objetivos.
Quatro passos são importantes para isso acontecer.
- Planejamento
- Organização
- Execução
- Controle
- Planejamento. Diagnóstico da situação. Planejamento é o processo de definir objetivos, atividades e recursos.
- Organização. Elaboração do Plano. O processo de definir o trabalho e as responsabilidades para a realização; é também o processo de distribuir os recursos disponíveis seguindo critérios.
- Execução. Designar responsabilidade. Acionar os recursos que realizam as atividades e os objetivos.
- Controle. É o processo de assegurar a realização dos objetivos e de identificar a necessidade de modificá-los. Entretanto, preferimos, no caso da Gestão em instituição religiosa e sem fins lucrativos, utilizar o termo acompanhamento. A palavra acompanhamento é mais pastoral na perspectiva das práxis religiosas. Desta forma cabe ao gestor desenvolver um processo dinâmico de Gestão (MAXIMIANO, 2000, p. 27).
Para que esses passos possam continuar sendo desenvolvido a figura da Liderança é muito importante, pois, tem o papel de acompanhar, avaliar e dialogar com todos os passos do processo de Gestão.
3. A visão da gestão secular na história da igreja
A Gestão, no setor Eclesiástico, recebeu do Estado romano e ateniense ao longo da história, as leis administrativas e os princípios de coordenação pública. Essas leis foram atribuídas a Igreja de uma forma lenta e sem pressa e apesar dos propósitos da Igreja diferenciavam-se dos escopos trilhados pelo estado, foi inevitável a coordenação eclesial tomar a forma imperial, tendo o Papa como seu representante maior, tal qual um rei.
A estrutura da organização eclesiástica serviu de modelo para as diversas organizações (CHIAVENATO, 2000).
Segundo a narrativa bíblica do Êxodo.18.13-27, Moisés é orientado por seu sogro Jetro, de como deveria proceder no atendimento ao povo. Veja abaixo o que Jetro disse:
Que é isto que fazes ao povo? Por que te assentas só, e o povo está em pé diante de ti, desde a manhã até a tarde? Respondeu Moisés a seu sogro: É porque o povo vem a mim para consultar a Deus. Quando tem alguma questão vem a mim para que julgue entre um e outro, e lhes declare os estatutos de Deus, e as suas leis. O sogro de Moisés, porém, lhe disse: Não é bom o que fazes. Certamente desfalecerás assim tu, como este povo que está contigo. O trabalho é pesado demais; tu só não o podes fazer. Ouve agora a minha voz, e te aconselharei, e Deus seja contigo. Representa o povo diante de Deus, e leva as suas causas a Deus. Ensina-lhes os estatutos e as leis, e faze-lhes saber o caminho em que devem andar, e a obra que deves fazer. Mas procura dentre todo o povo homens capazes, tementes a Deus, homens de verdade, que aborreçam a avareza; põe-nos sobre eles por chefes de mil, chefes de cem, chefes de cinquenta e chefes de dez. Julguem a este povo em todo o tempo. Que a ti traga toda causa grave, mas toda causa pequena eles mesmos a julguem. Assim a ti mesmo te aliviarás da carga, e eles a levarão contigo. Se isto fizeres, e Deus assim ordenar, poderás então suportar a tensão, e também todo este povo irá em paz para o seu lugar. Moisés deu ouvido às palavras de seu sogro, e fez tudo o que este lhe dissera (Êx.18.14b-24).
O relato bíblico está dentro de um contexto que evidencia conceitos de Gestão que estão presentes em culturas antes do cristianismo. Desta forma, o cuidado e a experiência por parte de Jetro e o desejo de aprendizagem e execução das orientações por Moisés possibilitaram o crescimento do líder e a fluidez nas decisões em favor do povo, a partir da descentralização do poder (B.A.C., 1967, p. 426-429).
Há décadas era inadmissível, aos que eram envolvidos nas organizações sem fins lucrativos, o termo administrar. Tinha-se em mente que sua utilização só atingiria as necessidades das empresas no âmbito comercial. Hoje uma maioria admite ser inevitável às entidades sem fins lucrativos sobreviverem sem adotarem a Gestão.
Essa questão é confirmada por Drucker (2001, p.63) “há vinte anos, Gestão era um nome feio para os envolvidos, nas organizações sem fins lucrativos”. Para as organizações sem fins lucrativos, era inadmissível aplicar a palavra Gestão nas suas atividades, e por esta razão existia uma verdadeira repugnância, isto porque as mesmas nem sempre adotam a lucratividade como objetivo principal.
A origem do protestantismo brasileiro, segundo Mendonça (1984), foi procedente da Inglaterra e dos USA. O qual, por meio das escolas de teologia, introduziu no currículo da formação pastoral, uma disciplina, segundo Silva (2008), denominada “Gestão Eclesiástica”, que tinha como objetivo principal oferecer conhecimentos da forma de administrar o patrimônio e os recursos da igreja.
Dito isto, podemos concluir que na visão secular, a igreja existe como pessoa jurídica. Pois, ao possuir um local de reunião, uma conta bancaria e etc. entende-se que, para o bem da comunidade que a constitui, ela estará sob o controle da Lei do local no qual está estabelecida. A igreja neste momento, passa a respeitar as condições legais do seu domicilio. A igreja se constitui pessoa jurídica para cumprir com seus deveres, bem como usufruir dos seus direitos.
A visão do Nogueira (2008), sobre a importância da capacitação daquele que ele entende, deve administrar as entidades religiosas, é:
Todo Padre deveria fazer, também, um bom curso de administração de empresas ou economia, os padres e todos os líderes da igreja devem ter uma boa visão sobre o que é administrar recursos humanos e materiais. Especialmente hoje em dia, em que quase tudo é meio parecido em termos tecnológicos, o grande diferencial é o componente humano. E disso a igreja deveria entender e dar aulas (NOGUEIRA, 2008, p.40).
Conclusão
Isso posto, podemos ver que o propósito da Organização é tido como um elemento chave, pois será ele que guiará a entidade no caminho que ela irá escolher, para alavancar seu objetivos.
II. CONCEITO SECULAR DE ORGANIZAÇÃO ECLESIÁSTICA
O conceito secular também é avaliado pelos teóricos:
Igreja Institucional X Igreja de Cristo
No entanto, é importante frisar que Jesus disse: Meu reino não é desse mundo… e em outro momento declarou: deem a César o que é de César e a Deus o que é de Deus.
Parece que com essas afirmações, Jesus colocou em seus devidos lugares, tanto a Igreja quanto o Estado.
A Igreja do Senhor é uma criação espiritual, enquanto que a Igreja constitucional é terrena. Com este pensamento, veja como o mundo secular define o conceito de organização eclesiástica.
1. A organização como um sistema de recursos
Maximiano, explica que:
“Uma organização é um sistema de recursos que procura realizar um conjunto de objetivos. Um sistema é um todo complexo e organizado, formado de partes ou elementos que interagem, para realizar um objetivo explícito” (Maximiano, 2000, p. 91).
Para Carvalho, (2004)
“Gestão eclesiástica é um processo de atitudes na organização eclesiástica, sustentado, inicialmente, no vínculo da ordem espiritual, ético e moral” […] A gestão eclesiástica preocupa-se com a dimensão bíblica, teológica e pastoral da Igreja que se caracteriza por sua visão: missionária, educacional e social. A Gestão eclesiástica nas organizações, em todos os seus níveis, requer uma gestão participativa, relacionadas entre si, e que tem por pressuposto a participação de ministérios com ações harmônicas fundamentadas no espírito de servir com amor, segundo o ensino e a prática do Senhor Jesus” (CARVALHO, 2004, p. 37).
No entendimento de Carvalho o sistema é “formado de partes ou elementos que interagem, para realizar um objetivo explícito” Ele afirma que:
“É na vivência eclesiástica que vamos encontrar a prática de organização com todas as suas dimensões e problemas. Assim, na igreja, a organização tem por finalidade central sugerir o estabelecimento de uma estrutura que torne possível a execução de um determinado plano estratégico de trabalho” (CARVALHO, 2004, p. 37).
Para o cumprimento do trabalho da organização religiosa ela necessita afastar-se das “organizações burocráticas”, que segundo Weber são como “máquinas totalmente impessoais, que funcionam de acordo com as regras que ele chamou de racionais – regras que dependem de lógica e não de interesses pessoais” (MAXIMIANO, 2000, p. 62-63).
2. A igreja não é uma empresa
Murad entende que as “organizações sociais e religiosas não são empresas”:
serve à sociedade, através da educação, da saúde ou da comunicação, aferindo desses serviços resultados econômico-financeiro para garantir a continuidade da organização e a sobrevivência de seus membros, está no mercado como uma empresa. Mas não é uma empresa qualquer. Deve colocar-se criticamente diante desse fato e não aceitar os mecanismos iníquos do mercado, em coerência com seus princípios e por espírito profético. Mas necessita reconhecer que está no mercado, pois estabelece relações, realiza trocas e produz valor. Qualquer organização que atua como empresa de serviços tem funcionários (ou colaboradores), destinatários (ou clientes), fornecedores (aqueles que lhes vende os recursos necessários para realizar seu trabalho) e concorrentes (MURAD, 2007, p. 81-82).
No entendimento de Drucker as organizações sócias e religiosas, são “prestadoras de serviços”, portanto, não devem distanciar em hipótese alguma de sua tarefa no contexto da missão. Seu desafio é “conhecer seus destinatários, interpretar e antecipar-se às suas demandas e inovar, caso contrário, não será viável”.
Para Carvalho (2004), “A organização é a atividade por excelência do processo administrativo de qualquer empreendimento, inclusive da Igreja”.
Desta forma, pode-se distinguir a “organização eclesiástica como sendo um conjunto de relações na comunidade, relações essas baseadas, primeiramente, no vínculo de ordem espiritual, moral e ético”.
Carvalho diz que:
A organização eclesiástica deve adaptar-se aos objetivos centrais de sua razão de ser. Desta forma “por sua própria natureza e razão de ser, a igreja deve dispor, sempre, de uma estrutura organizacional leve, ágil e versátil, adaptando-se ao ambiente quanto aos procedimentos, mas jamais quanto a princípios, sem deixar de abrir mão de sua origem” (CARVALHO, 2004, p. 38).
Com essas declarações podemos concluir que, a organização da comunidade cristã não pode ser resolvida como uma regra definitiva e nem sobrepor as doutrinas eclesiásticas, que em muitos casos compete apenas a visão religiosa e não legal.
Conclusão
Por isso, devemos examinar constantemente e tentar harmonizar, até onde pudermos, às novas condições da vida eclesial com a vida eclesial legal da comunidade.
A mudança deve vir sempre de acordo com a necessidade e não deve se tornar um campo de batalha entre as doutrinas da igreja e as Leis Brasileiras.
III. CONCEITO ECLESIÁSTICO DE GESTÃO ECLESIÁSTICA
O mundo evangélico ainda não percebeu com clareza, a importância dessa pauta. Há uma confusão quando se fala sobre gestão eclesial, pois até o momento poucos estudos apareceram para ajudar as organizações religiosas a encontrar um significado sobre gestão eclesiástica que tenha uma abordagem que não firam as Escrituras.
Por causa dessa carência de entendimento bíblico e amplo sobre gestão eclesiástica é assumido uma acepção de gestão, partindo do pressuposto de como o Governo entende o que é “igreja” e como ela é administrada perante a sociedade da qual ela está inserida.
1. Governo eclesiástico denominacional
Uma questão que muito atrapalha o entendimento eclesiástico sobre o seu processo de gestão é: Qual modelo se adequa melhor às evidências bíblicas? A confusão no entendimento geralmente acontece quando a resposta dada for baseada no conceito humano e não bíblico.
Baseando nesta proposição, existem três formas especiais e largamente diferentes que são adotadas pelas instituições religiosas para gerirem seus modelos de governo eclesiástico.
Essas configurações têm obtido relevâncias em várias denominações através dos séculos, pois continuam perpetuando-se com distintos níveis de sucesso. Cada uma das instituição ao adotar um desses modelos, reivindica que o modelo adotado é a forma original e primitiva.
2. Formas de Governo eclesiásticos denominacionais
a) Episcopal: Essa forma é também chamada de “prelado”. O poder de governar descansa nas mãos de prelados ou bispos e no clero mais alto.
Berkhof (1990), descreve esse modelo da seguinte forma:
“Os episcopais afirmam que Cristo, como Chefe da igreja, confiou o governo da igreja direta e exclusivamente a uma ordem de prelados ou bispos, considerados estes como sucessores dos apóstolos; e que Ele constituiu estes bispos numa ordem separada, independente e capacitada para perpetuar-se. Neste sistema, o coetus fidelium, ou seja, a comunidade dos crentes, não tem absolutamente nenhuma participação no governo da igreja.”
Argumentos interpretativo a favor do Sistema Episcopal:
- Sucessão apostólica ou da função apostólica para os bispos;
- Imposição de mãos – sucessão física.
- Exemplo: Tiago em Jerusalém; Timóteo e Tito como pré-bispos.
- Resultado natural do desenvolvimento da igreja (com aprovação do apóstolo João);
- Confirmado já no final do 2º séc. na Gália e África por Irineu Tertuliano.
Exemplos (alegando sucessão apostólica):
- Igreja Católica Romana (episcopalismo levado à última consequência)
- Primado de Pedro Vigário de Cristo
- “A igreja de Roma é da natureza de uma monarquia absoluta, sob o domínio de um papa infalível, que tem o direito de determinar e regulamentar a doutrina, o culto e o governo da igreja.” (Louis Berkof, 1990)
- Igreja Ortodoxa (federação de igrejas com seus próprios patriarcas)
- Igreja Anglicana (combinação com o sistema erastiano)
Exemplos (que não alegam sucessão apostólica):
- Luteranos
- Metodistas
- Neopentecostais (bispos ou “apóstolos”)
b) A Presbiteriana ou Oligarquia: Nesse sistema cada igreja local elege presbíteros para um conselho. Esse conselho tem autoridade para dirigir a igreja local. Entretanto, os membros do conselho (os presbíteros) são também membros de um presbitério que tem autoridade sobre diversas igrejas locais em uma região. Esse presbitério consiste de alguns ou de todos os presbíteros das igrejas locais sobre as quais ele tem autoridade. Além disso, alguns dos membros do presbitério são membros da Assembleia Geral (ou Supremo Concílio), que normalmente tem autoridade sobre todas as igrejas presbiterianas em uma região ou país.” (Wayne Grudem)
Obs. Primariam entre o poder da igreja que reside no seu conselho.
Argumentos interpretativo a favor do sistema presbiteriano:
- O poder de governar e ordenar está incluso na autoridade de ministrar a Palavra e os sacramentos (Mt 16, 18 e 28)
- A própria natureza da função do presbítero sugere autoridade para governar e decidir
- Presidir (1Tm 5.17)
- Pastorear (At 20.28; 1Pe 5.2) traz a ideia de governo real
- Liderar (Hb 13.17; 1Ts 5.12-13)
- Os sábios devem julgar as causas entre os irmãos e não qualquer membro (1Co 6.5)
- Atos 15 (Concílio de Jerusalém) prescreve um governo sobre outras congregações.
- O governo da igreja foi inspirado no modelo das sinagogas que eram “presbiterianas”
- Uma liderança nacional (ou mundial) da igreja mostra a unidade do corpo
A Igreja Presbiteriana do Brasil e a Congregação Cristã do Brasil são exemplos de comunidades que seguem esse sistema.
c) Congregacional ou Independente: forma em que a entidade pratica o autogoverno. Não há uma autoridade acima das congregações locais. Para esses grupos, a igreja local é a unidade básica, e nenhum ministro ou denominação exerce autoridade sobre ela. Todas as decisões são tomadas por toda a igreja, e o pastor ou presbíteros e diáconos se encontram no mesmo plano que os demais membros.
A posição batista defende que, em cada assembleia local, a igreja deve ser governada pela voz do Espírito Santo no coração dos seus membros. ‘A posição batista reconhece que Cristo governa a igreja por meio da igreja’.” (Franklin Ferreira e Alan Myatt, 2007, p. 933-934).
Esse sistema acontece entre os Batistas, Congregacionais, Pentecostais clássicos e alguns outros grupos evangélicos.
No entanto, há um sistema não reconhecido que agrega, tanto o modelo presbiteriano quanto o congregacional. Podemos chamar essa forma de governo de:
d) Congregacional-Pastoral: Ocorre uma disputa interna entre a liderança presbiteral e o poder deliberativo das Assembleias. Alguns usam o exemplo do carro: o qual tem os presbíteros no volante enquanto que a congregação, por meio das assembleias, ficam com o freio de mão. Neste sistema a Assembleia tem o poder de escolher os Pastores, Diáconos, Colégio Pastoral ou Conselho, bem como tratar de assuntos pertinentes a Igreja.
O processo ocorre por meio do pastor, colégio pastoral ou Conselho (eleito pela igreja ou por outros pastores) decide questões de doutrina, disciplina, finanças e questões administrativas relativas à congregação.
Argumentos interpretativo a favor desse sistema
- Autoridade pastoral;
- Independência das igrejas;
- Em At 14.23 é o voto de Paulo e Barnabé que está sendo considerado e não da congregação;
- O Novo Testamento não descreve uma democracia absoluta, onde absolutamente tudo tem que passar pelo debate e crivo da congregação;
- A autoridade congregacional é uma autoridade majoritariamente de embargo;
Dois destacados historiadores observa que esse sistema era observado no período primitivo.
Neander
“As igrejas eram ensinadas a se governarem por si mesmas”. “Os irmãos escolhiam seus próprios oficiais dentre seu próprio número”. “No tocante à eleição de oficiais eclesiásticos, o princípio antigo continuou sendo seguido: o consentimento da comunidade era necessário para a validade de qualquer eleição semelhante, e cada membro tinha a liberdade de oferecer razões por sua oposição”.
Moshiem
“Naqueles tempos primitivos, cada igreja cristã era composta do povo, dos oficiais presidentes, e dos assistentes ou diáconos. Essas devem ser as partes componentes de cada sociedade. A voz principal pertencia ao povo, ou seja, a todo o grupo de cristãos”. “O povo reunido, por conseguinte, elegia seus próprios governantes e mestres”.
A respeito do segundo século, ele acrescenta:
“Um presidente, ou bispo, preside sobre cada igreja. Ele era criado pelo sufrágio comum do povo”. “Durante uma grande parte desse século, todas as igrejas continuaram sendo, como no princípio, independentes umas das outras. Cada igreja era uma espécie de pequena república independente, governando-se por suas próprias leis, baixadas, ou pelo menos sancionadas pelo povo”.
CONCLUSÃO
Diante do exposto, podemos sugerir um quadro geral do entendimento que o mundo religioso tem da forma de governo e da administração eclesiástica do mundo evangélico.
Essa Aula em PDF
Vídeo Aulas
Estudou bem essa Aula?
Então se estudou bem siga para o Exercício clicando abaixo!