Vamos a nossa aula! Primeiro o Exercício do Capítulo 20!
Agora o Capítulo 21 – A Nova Jerusalém
APOSTILA
Leitura do Capítulo 21 (NVI)
1 Então vi um novo céu e uma nova terra, pois o primeiro céu e a primeira terra tinham passado; e o mar já não existia.
2 Vi a cidade santa, a nova Jerusalém, que descia do céu, da parte de Deus, preparada como uma noiva adornada para o seu marido.
3 Ouvi uma forte voz que vinha do trono e dizia: “Agora o tabernáculo de Deus está com os homens, com os quais ele viverá. Eles serão os seus povos; o próprio Deus estará com eles e será o seu Deus.
4 Ele enxugará dos seus olhos toda lágrima. Não haverá mais morte, nem tristeza, nem choro, nem dor, pois a antiga ordem já passou”.
5 Aquele que estava assentado no trono disse: “Estou fazendo novas todas as coisas! ” E acrescentou: “Escreva isto, pois estas palavras são verdadeiras e dignas de confiança”.
6 Disse-me ainda: “Está feito. Eu sou o Alfa e o Ômega, o Princípio e o Fim. A quem tiver sede, darei de beber gratuitamente da fonte da água da vida.
7 O vencedor herdará tudo isto, e eu serei seu Deus e ele será meu filho.
8 Mas os covardes, os incrédulos, os depravados, os assassinos, os que cometem imoralidade sexual, os que praticam feitiçaria, os idólatras e todos os mentirosos — o lugar deles será no lago de fogo que arde com enxofre. Esta é a segunda morte”.
9 Um dos sete anjos que tinham as sete taças cheias das últimas sete pragas aproximou-se e me disse: “Venha, eu lhe mostrarei a noiva, a esposa do Cordeiro”.
10 Ele me levou no Espírito a um grande e alto monte e mostrou-me a Cidade Santa, Jerusalém, que descia do céu, da parte de Deus.
11 Ela resplandecia com a glória de Deus, e o seu brilho era como o de uma jóia muito preciosa, como jaspe, clara como cristal.
12 Tinha uma grande e alta muralha com doze portas e doze anjos junto às portas. Nas portas estavam escritos os nomes das doze tribos de Israel.
13 Havia três portas ao oriente, três ao norte, três ao sul e três ao ocidente.
14 A muralha da cidade tinha doze fundamentos, e neles estavam os nomes dos doze apóstolos do Cordeiro.
15 O anjo que falava comigo tinha como medida uma vara feita de ouro, para medir a cidade, suas portas e seus muros.
16 A cidade era quadrangular, de comprimento e largura iguais. Ele mediu a cidade com a vara; tinha dois mil e duzentos quilômetros de comprimento; a largura e a altura eram iguais ao comprimento.
17 Ele mediu a muralha, e deu sessenta e cinco metros de espessura, segundo a medida humana que o anjo estava usando.
18 A muralha era feita de jaspe e a cidade de ouro puro, semelhante ao vidro puro.
19 Os fundamentos das muros da cidade eram ornamentados com toda sorte de pedras preciosas. O primeiro fundamento era ornamentado com jaspe; o segundo com safira; o terceiro com calcedônia; o quarto com esmeralda;
20 o quinto com sardônio; o sexto com sárdio; o sétimo com crisólito; o oitavo com berilo; o nono com topázio; o décimo com crisópraso; o décimo primeiro com jacinto; e o décimo segundo com ametista.
21 As doze portas eram doze pérolas, cada porta feita de uma única pérola. A rua principal da cidade era de ouro puro, como vidro transparente.
22 Não vi templo algum na cidade, pois o Senhor Deus todo-poderoso e o Cordeiro são o seu templo.
23 A cidade não precisa de sol nem de lua para brilharem sobre ela, pois a glória de Deus a ilumina, e o Cordeiro é a sua candeia.
24 As nações andarão em sua luz, e os reis da terra lhe trarão a sua glória.
25 Suas portas jamais se fecharão de dia, pois ali não haverá noite.
26 A glória e a honra das nações lhe serão trazidas.
27 Nela jamais entrará algo impuro, nem ninguém que pratique o que é vergonhoso ou enganoso, mas unicamente aqueles cujos nomes estão escritos no livro da vida do Cordeiro.
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CAPÍTULO 21
A NOVA JERUSALÉM (APOCALIPSE 21:1 – 22:5)
A última visão do livro mostra o estado exaltado dos servos fiéis na gloriosa presença de Deus. Como nas cenas de julgamento nos capítulos anteriores e, considerando os limites de tempo do cumprimento no início e no fim do livro, acredito que esta cena descreve, no seu sentido primário, a vitória dos perseguidos daquela época, e a bênção de descansar na proteção divina. Mas, como a cena do julgamento diante do grande trono branco prefigura o julgamento final, esta cena da exaltação dos vencedores prefigura a glória eterna de todos os vencedores.
A CHEGADA DE UMA NOVA ORDEM (21:1-8)
João continua descrevendo as suas visões, e obviamente continua usando linguagem simbólica. Ele não viu uma cidade literalmente vestida de noiva (21:2), mas viu mais uma cena que simboliza o estado vitorioso dos fiéis e a bênção da presença e proteção de Deus. Os contrastes, também, continuam.
A Babilônia foi uma cidade terrestre que caiu; a nova Jerusalém é uma cidade celestial que nunca será destruída. A Babilônia foi vista como uma meretriz decadente vestida em roupas que representavam a sua impureza e carnalidade; a nova Jerusalém é uma noiva, vestida em roupas que demonstram a sua pureza e espiritualidade.
Esta última visão do Apocalipse oferece conforto aos santos perseguidos pelo dragão e seus aliados.
No sentido que mostra as bênçãos da comunhão com Deus, podemos fazer uma segunda aplicação à glória do céu, assim ilustrando a esperança dos discípulos fiéis de todas as épocas. Em ver o galardão dado àqueles vencedores, achamos motivação para sermos contados entre os vencedores no Dia Final!
Apocalipse 21:1
Vi novo céu e nova terra, pois o primeiro céu e a primeira terra passaram: A terra e o céu fugiram do trono do Senhor (20:11). Este símbolo mostra o efeito da justiça e da santidade de Deus em relação ao mundo e a ordem mundana de governos ímpios e rebeldes.
A figura de sacudir, abalar ou destruir a terra e os corpos celestiais aparece várias vezes nas profecias bíblicas contra nações. Quando Isaías profetizou o castigo da Babilônia, ele disse que Deus ia “converter a terra em assolação” e que “as estrelas e constelações dos céus não darão a sua luz”.
Acrescentou as palavras de Deus: “Portanto, farei estremecer os céus; e a terra será sacudida do seu lugar” (Isaías 13:9,10,13). Obviamente o mundo inteiro não foi destruído no cumprimento desta profecia, mas o mundo dos babilônicos chegou ao fim. O mesmo profeta falou do castigo de várias nações, e disse: “Eis que o SENHOR vai devastar e desolar a terra, vai transtornar a sua superfície e lhe dispersar os moradores”; “A terra será de tudo quebrantada, ela totalmente se romperá, a terra violentamente se moverá… ela cairá e jamais se levantará. Naquele dia, o SENHOR castigará, no céu, as hostes celestes, e os reis da terra, na terra” (Isaías 24:1,19-21). Alguns capítulos depois, falando novamente do castigo das nações, ele disse: “Todo o exército dos céus se dissolverá, e os céus se enrolarão como um pergaminho; todo o seu exército cairá, como cai a folha da vide e a folha da figueira” (Isaías 34:4).
Pedro diz que o mundo da época de Noé “veio a perecer” (2 Pedro 3:6; cf. 2:5), não no sentido de uma destruição total do planeta, mas como maneira de mostrar que a ordem corrupta de sua época passou. As visões do Apocalipse 20:11 e 21:1 usam as mesmas figuras para descrever o castigo dos povos rebeldes.
Se o passar do céu e a terra representa o fim da antiga ordem na qual o diabo e seus servos dominavam os fiéis e venciam os santos (11:7; 13:7,15; 17:17-18), o novo céu e nova terra representam a nova ordem em que Jesus e seus adoradores dominam (11:15-19; 14:9-12; 20:4,6).
É nesse sentido que Isaías relatou a promessa de Deus, olhando para Israel espiritual, o reino messiânico: “Pois eis que eu crio novos céus e nova terra; e não haverá lembrança das coisas passadas, jamais haverá memória delas” (Isaías 65:17; cf. 66:22). Os capítulos 21 e 22 do Apocalipse apresentam a igreja abençoada na comunhão com o Senhor – os vencedores no tabernáculo estendido por Deus.
E o mar já não existe: Há duas explicações boas desta frase. A primeira liga o mar ao contexto imediato, sugerindo que ele pertence à mesma categoria do céu e terra que passam no mesmo versículo. Assim, seria o mesmo mar da sociedade humana de onde surgiu a besta (13:1). A segunda identifica o mar com o mar de vidro (4:6; 15:2).
Nesta segunda interpretação, o mar representa a separação entre Deus e suas criaturas, e seria uma progressão de separação (4:6) à transição (15:2) à proximidade (21:1). Ambas as interpretações enfatizam a nova ordem de bênçãos para os fiéis depois do castigo dos ímpios.
Apocalipse 21:2
Vi também a cidade santa, a nova Jerusalém, que descia do céu, da parte de Deus: Os profetas do Antigo Testamento usaram a figura de uma nova e perfeita cidade para representar a bênção da comunhão com Deus depois de um período de sofrimento.
Especificamente, falaram da igreja ou do reino do Messias que viria depois da purificação do cativeiro. Este tema é especialmente forte em livros como Ezequiel (capítulos 40-48) e Isaías (capítulos 60-66; especialmente 65:18-19). Paulo desenvolveu o mesmo tema quando falou de Jerusalém livre, que vem de cima (Gálatas 4:26-31).
O autor de Hebreus, também, viu a cidade celestial como a igreja já existente no primeiro século: “Mas tendes chegado ao monte Sião e à cidade do Deus vivo, a Jerusalém celestial…igreja dos primogênitos” (Hebreus 12:22-23). A mesma linguagem aqui no Apocalipse descreve a igreja do Senhor. Nada no texto aqui limita essas bênçãos ao futuro (a igreja no céu).
Podemos entender a nova Jerusalém como a igreja já abençoada aqui na terra e, desta maneira, a interpretação deste trecho se ajusta ao contexto histórico do livro.
Ataviada como noiva adornada para o seu esposo: A mesma figura que encontramos em 19:7-8 (cf. as citações em Efésios 5:25-27 e 2 Coríntios 11:2). Isaías descreveu as bênçãos da salvação em Cristo “como noiva que se enfeita com as suas jóias” (61:11).
Apocalipse 21:3
Então, ouvi grande voz vinda do trono: Esta declaração – seja da grande voz de Jesus (1:10), ou de um anjo (5:2; 7:2; etc.), de um dos quatro seres viventes (6:1), ou do próprio Pai (21:5) – vem de Deus. A linguagem vem diretamente de promessas do Velho Testamento sobre a restauração de Israel espiritual pelo Messias.
Eis o tabernáculo de Deus com os homens. Deus habitará com eles. Eles serão povos de Deus, e Deus mesmo estará com eles: As Escrituras estão repletas de frases como estas, descrevendo a comunhão entre Deus e os santos.
Deus queria uma relação desta qualidade no Velho Testamento: “E habitarei no meio dos filhos de Israel e serei o seu Deus” (Êxodo 29:45). Jerusalém, o lugar escolhido por Deus para a edificação do templo, passou a representar a habitação de Deus no meio do povo (2 Crônicas 6:2; Esdras 1:3). Mas, o povo rompeu os laços de comunhão, repetidamente, pelo pecado (Ezequiel 10:18-19; 11:22-23; Isaías 59:2). Os profetas falaram das bênçãos guardadas para o povo restaurado. Deus disse: “O meu tabernáculo estará com eles; eu serei o seu Deus, e eles serão o meu povo” (Ezequiel 37:27; cf. 37:23,28; Zacarias 2:10-11; 8:8; Jeremias 30:21-22; 31:33). Jesus veio para fazer o seu tabernáculo entre os homens (João 1:14), e a comunhão se tornou possível pelo sangue dele (Efésios 2:11-18), e pela purificação do povo arrependido (2 Coríntios 6:14-18; cf. Jeremias 24:7).
Apocalipse 21:4
A linguagem deste versículo, quando lida isoladamente, parece descrever o céu. Certamente esperamos uma circunstância desta qualidade no céu. Mas a aplicação primária, ainda, deve ser feita à condição abençoada da igreja desde a época de João. Esta interpretação é apoiada pelas passagens proféticas que usaram a mesma linguagem para apontarem o reino messiânico.
E lhes enxugará dos olhos toda lágrima, e a morte já não existirá, já não haverá luto, nem pranto, nem dor, porque as primeiras coisas passaram: O livramento do povo da opressão foi descrita num cântico por Isaías: “Tragará a morte para sempre, e, assim, enxugará o Senhor Deus as lágrimas de todos os rostos…” (Isaías 25:8; cf. 30:19; 35:10).
A volta do cativeiro traria alegria, expulsando a tristeza do meio do povo (Isaías 51:11). As boas-novas da salvação no Ungido ia “consolar todos os que choram” (Isaías 61:2). Esta alegria se tornaria característica dos novos céus e nova terra (Isaías 65:19-20).
Apocalipse 21:5
E aquele que está assentado no trono disse: É Deus quem fala, e Deus que cumpre as promessas aos fiéis. Podemos confiar na fiel e verdadeira palavra do Senhor.
Eis que faço novas todas as coisas: A libertação do povo do domínio da Babilônia foi descrita como uma renovação (Isaías 43:18-19). Num sentido espiritual, Deus prometeu fazer as novas coisas por meio do seu Servo (Isaías 42:9). Recebemos esta bênção em Cristo: “E, assim, se alguém está em Cristo, é nova criatura; as coisas antigas já passaram; eis que se fizeram novas” (2 Coríntios 5:17).
E acrescentou: Escreve, porque estas palavras são fiéis e verdadeiras: Deus salientou a importância desta promessa da renovação, relembrando João de sua responsabilidade de escrever as palavras ouvidas. São verdadeiras.
Apocalipse 21:6
Disse-me ainda: Tudo está feito: Deus sempre cumpre as suas promessas, e anuncia a obra completa com estas palavras.
Eu sou o Alfa e o Ômega, o Princípio e o Fim: Deus se apresentou como “o Alfa e Ômega” no início do livro (1:8) e Jesus se declarou “o primeiro e o último” (1:17; 2:8). Estas expressões mostram, não somente a eternidade de Deus, mas a sua capacidade de cumprir a sua palavra, de terminar o que começa. Ele garante o resultado para o conforto dos santos.
Eu, a quem tem sede, darei de graça da fonte da água da vida: O conforto ou alívio toma a forma de água para o sedento. Deus é quem dá água aos aflitos (Isaías 41:17-20). O Servo que restauraria Israel, seria seu Pastor e conduziria o povo “aos mananciais das águas” (Isaías 49:8-10). Deus oferece as águas na Nova Aliança (Isaías 55:1-3).
Depois de julgar os inimigos do seu povo, nos dias das bênçãos do evangelho, sairia “uma fonte da Casa do SENHOR” (Joel 3:18; cf. 2:28; 3:1; Atos 2:16-21).
Apocalipse 21:7-8
Os versículos 7 e 8 apresentam mais um contraste entre os servos do Senhor e os servos do diabo. O propósito deste contraste é óbvio. Cada um precisa escolher. Ou será um vencedor com Cristo, ou um perdedor total. A herança é gratuita (Efésios 2:8-9), mas exige um compromisso com o Senhor.
O vencedor herdará estas coisas, e eu lhe serei Deus, e ele me será filho: As promessas feitas aos vencedores nas sete cartas às igrejas são maneiras diferentes de expressar um único tema: quem for fiel ao Senhor terá a bênção de comunhão com ele. Leia, de novo, as promessas nos finais das cartas (2:7,10-11,17,26-28; 3:5,12,21). Recebemos a adoção de filhos e nos tornamos herdeiros por meio de Jesus (Gálatas 4:4-7). Ele nos trata como primogênitos (Hebreus 12:23), com o privilégio de sermos herdeiros do próprio Senhor (Efésios 3:6).
Quanto, porém, aos covardes, aos incrédulos, aos abomináveis, aos assassinos, aos impuros, aos feiticeiros, aos idólatras e a todos os mentirosos, a parte que lhes cabe será no lago que arde com fogo e enxofre, a saber, a segunda morte: Os ímpios, porém, não compartilham a mesma esperança. Aqueles que têm vergonha de Jesus, que não acreditam no Senhor ou que desobedecem a vontade dele não são herdeiros de Deus. A herança deles é o lago de fogo, a segunda morte.
A linguagem destes dois versículos nos lembra do apelo final do livro de Isaías, salientando a diferença entre os vivos na cidade santa e os mortos fora da cidade (Isaías 66:22,24).
A DESCRIÇÃO DA NOVA JERUSALÉM (21:9 – 22:5)
A visão continua. Novamente, observamos o uso de linguagem figurada. Se este trecho fosse literal, descreveria uma cidade de 2.200 km de comprimento, largura e altura!
Apocalipse 21:9
Então, veio um dos sete anjos que têm as sete taças cheias dos últimos sete flagelos e falou comigo: O anjo faz o que Deus manda. Quando Deus mandou este anjo anunciar uma praga, ele obedeceu. Agora, ele traz uma mensagem mais agradável. Ele mostra o resultado da vitória sobre o mal realizada nos capítulos anteriores.
Vem, mostrar-te-ei a noiva, a esposa do Cordeiro: Ela já apareceu em 19:7 e 21:2. Agora, o anjo mostrará os detalhes da natureza da noiva ou esposa de Jesus. Já sabemos que a noiva é, também, a cidade santa, Jerusalém lá do alto. A descrição nos versículos seguintes é da cidade espiritual, da igreja do Senhor.
Apocalipse 21:10
E me transportou, em espírito, até uma grande e elevada montanha e me mostrou a santa cidade, Jerusalém, que descia do céu, da parte de Deus: João estava em espírito quando Jesus começou a revelar a sua mensagem (1:10).
Ezequiel foi transportado pelo Espírito de Deus para ver Jerusalém imunda, cheia das abominações de um povo rebelde e idólatra (Ezequiel 8:3; 11:1). Esta visão de João é muito melhor. Ele verá Jerusalém pura e santa – a igreja do Senhor lavada no sangue do Cordeiro! A figura da cidade santa e perfeita representa o estado abençoado do povo de Deus restaurado no reino messiânico, uma imagem comum nos profetas do Velho Testamento, como Ezequiel e Isaías, e empregado aqui para mostrar o povo abençoado depois de suportar os ataques dos inimigos.
Apocalipse 21:11
A qual tem a glória de Deus: Nesta frase é resumido o fato mais importante desta descrição da nova Jerusalém. Ela é linda e perfeita porque Deus habita nela.
A cidade mundana tinha a vergonha da meretriz. A cidade santa tem a glória de Deus. Quando Moisés ergueu o tabernáculo no deserto de Sinai, “a glória do SENHOR encheu o tabernáculo” (Êxodo 40:34). Quando a arca da aliança foi colocada no templo de Salomão, “a glória do SENHOR enchera a casa do SENHOR” (1 Reis 8:11). Mas, naquela época, em que homens pecaminosos representavam o povo diante do Senhor (cf. Hebreus 7:26-28), os sacerdotes não podiam entrar na casa quando a glória de Deus estava lá (2 Crônicas 7:2).
A chegada do reino de Cristo mudou a circunstância do povo de Deus. Ele trouxe perdão e santificação, e Deus passou a habitar nos homens fiéis (João 14:15,23). A igreja no Novo Testamento é a casa ou santuário de Deus (1 Timóteo 3:15; 1 Coríntios 3:16-17). O Espírito Santo habita no corpo do discípulo de Jesus (1 Coríntios 6:10-20).
O seu fulgor era semelhante a uma pedra preciosíssima, como pedra de jaspe cristalina: A cidade brilha! Pedras preciosas foram usadas para representar o povo de Israel nas vestes sacerdotais (Êxodo 39:6-7). Pedras preciosas foram usadas na construção do templo em Jerusalém (1 Crônicas 29:2; 1 Reis 5:17; 2 Crônicas 3:6). No Novo Testamento, os cristãos são as pedras preciosas da casa espiritual (1Pedro 2:4-5; 1 Coríntios 3:10-12), pois refletem a glória do Senhor (2 Coríntios 3:18).
Jaspe é uma pedra que se apresenta em várias cores (cf. comentários sobre 4:3). Jaspe cristalina sugere, provavelmente, a pedra branca, assim representando a santidade brilhante da nova Jerusalém.
Apocalipse 21:12-14
Tinha grande e alta muralha: As cidades antigas normalmente foram protegidas por muralhas, que separavam os cidadãos dos seus inimigos. Zacarias, numa visão de Jerusalém, ouviu Deus dizer: “Pois eu lhe serei, diz o Senhor, um muro de fogo em redor e eu mesmo serei, no meio dela, a sua glória” (Zacarias 2:5). O muro ao redor do templo, na visão de Ezequiel, servia “para fazer separação entre o santo e o profano” (Ezequiel 42:20). Os servos do Senhor acham refúgio, santificação e proteção em Jesus (Mateus 11:28; Colossenses 3:3).
Doze portas, e, junto às portas, doze anjos, e, sobre elas, nomes inscritos, que são os nomes das doze tribos dos filhos de Israel: A cidade representa o povo aperfeiçoado habitando na presença de Deus, e o número doze se destaca como o número do povo de Deus. A cidade simbólica nos últimos capítulos de Ezequiel tinha, também, doze portas representando as doze tribos (Ezequiel 48:30-34).
Três portas se achavam a leste, três, ao norte, três, ao sul, e três, a oeste: No acampamento dos israelitas no deserto, três tribos ficavam de cada lado do tabernáculo (Números 2).
A muralha da cidade tinha doze fundamentos, e estavam sobre estes os doze nomes dos apóstolos do Cordeiro: 11 a qual tem a glória de Deus. O seu fulgor era semelhante a uma pedra preciosíssima, como pedra de jaspe cristalina.
Completando a figura do povo redimido, os doze apóstolos se juntam às doze tribos. Paulo disse que os santos são “edificados sobre o fundamento dos apóstolos e profetas, sendo ele mesmo, Cristo Jesus, a pedra angular” (Efésios 2:20).
Apocalipse 21:15
Aquele que falava comigo tinha por medida uma vara de ouro para medir a cidade, as suas portas e a sua muralha: Zacarias viu um homem com um cordel para medir Jerusalém, mostrando a glória de Sião como a menina do olho de Deus (Zacarias 2:1-13).
NOTA – Traduções que Dificultam a Compreensão
Este capítulo serve para ilustrar uma dificuldade na tradução da Bíblia às línguas modernas. Alguns tradutores, como a comissão que produziu a Nova Versão Internacional, adotam a política de fazer conversões a medidas modernas. Em muitos textos de simples narrativa, esta abordagem pode facilitar o estudo. Mas em textos que empregam números com propósitos simbólicos, tais traduções ofuscam o sentido e dificultam a compreensão. Por exemplo, 12.000 estádios (21:16) utiliza os números 12 (o povo santo) e 1.000 (totalidade) para comunicar, simbolicamente, a perfeição da nova Jerusalém, a noiva de Cristo.
A NVI, porém, converte o valor a 2.200 quilômetros, um número sem significado. Outro exemplo: a medida da muralha deu 144 côvados (21:17), novamente empregando o número 12 (12 x 12 = 144) para representar o povo de Deus. A NVI traz 65 metros, outro número sem significado. Em casos como esses, seria melhor deixar as medidas em estádios, côvados, etc. e deixar cada leitor ver o significado, e não apenas a medida.
Ezequiel viu a derrota de Gogue seguida por uma visão em que o templo foi medido antes de Deus voltar para habitar no meio do povo (Ezequiel 40:1 – 42:20). O ato de medir mostra a perfeição do padrão da santidade divina, em contraste com a impureza do povo antes de ser redimido: “Mostra à casa de Israel este templo, para que ela se envergonhe das suas iniquidades; e meça o modelo. Envergonhando-se eles de tudo quanto praticaram, faze-lhes saber a planta desta casa e o seu arranjo…. todo o seu limite ao redor será santíssimo…” (Ezequiel 43:10-12).
Agora, o anjo que oferece a explicação a João está pronto para medir a cidade e frisar a diferença entre o santo e o profano.
Apocalipse 21:16
A cidade é quadrangular, de comprimento e largura iguais…. O seu comprimento, largura e altura são iguais: A cidade quadrangular é um cubo perfeito, como foi o Santo dos Santos no templo do Antigo Testamento (1 Reis 6:20). Compare, também, as medidas iguais dos lados do templo em Ezequiel 48:16-17.
E mediu a cidade com a vara até doze mil estádios: Doze (o número do povo de Deus) vezes mil (um número completo) simboliza a perfeição do povo de Deus. Este versículo apresenta um problema para as interpretações literais. 12.000 estádios seria aproximadamente 2.200 quilômetros. Jerusalém literal é uma cidade na terra da Palestina, uma área de aproximadamente o tamanho de um oitavo do estado de São Paulo. Mas esta cidade, se entendida literalmente, teria mais do que a metade da área do Brasil! E esta cidade tem a mesma altura, ou seja, estenderia-se 2.200 quilômetros para cima! Se fosse literal, a cidade seria 250 vezes mais alta do que o monte Everest, o pico mais alto do mundo. Obviamente, este, como outros aspectos da visão, deve ser entendido figuradamente.
Apocalipse 21:17
Mediu também a sua muralha, cento e quarenta e quatro côvados: O texto não diz se esta medida é da altura ou da espessura da muralha, e realmente não importa. O ponto não é de uma medida literal de 65 metros, mas do valor simbólico de doze vezes doze. Tudo nesta cidade mostra a perfeição do povo na presença de Deus. É uma noiva sem mácula!
Medida de homem, isto é, de anjo: Uma medida que um homem, João, entendeu quando o anjo a usou.
Apocalipse 21:18-21
Esta parte da descrição da nova Jerusalém nos lembra da promessa de Deus de edificar os muros, as portas e os baluartes de Sião de jóias e pedras preciosas (Isaías 54:11-12). Como Isaías usou essas figuras para descrever as características do reino messiânico, João emprega linguagem semelhante para falar do mesmo reino.
A estrutura da muralha é de jaspe: Características da glória de Deus, e agora, da noiva de Cristo (cf. 4:3; 21:11).
Também a cidade é de ouro puro, semelhante a vidro límpido: O elemento mais destacado no tabernáculo e no templo do Velho Testamento, ouro representa a preciosidade e a pureza. Mesmo ouro anteriormente utilizado na idolatria passava pela purificação por fogo e se tornava útil para uso no serviço sagrado (Josué 6:19; Números 31:22-23). Da mesma maneira, pessoas podem ser purificadas e se tornarem “ouro” para serem úteis na casa de Deus (2 Timóteo 1:20-22).
Os fundamentos da muralha da cidade estão adornados de toda espécie de pedras preciosas…: Ele já disse que as pedras da muralha têm os nomes dos doze apóstolos (21:14). Agora, ele mostra a preciosidade deles na edificação da igreja, citando nomes de doze das mais valiosas pedras conhecidas na época. Não vejo proveito em tentativas de atribuir um significado especial a cada pedra. Estas pedras fazem parte da representação total do povo do Senhor, como também faziam as doze pedras no peitoral do sacerdote na Antiga Aliança (Êxodo 28:15-21).
As doze portas são doze pérolas, e cada uma dessas portas, de uma só pérola: Os pré-milenaristas, que procuram adotar interpretações literais desta descrição em relação a uma cidade terrestre futura, geralmente dizem que é a mesma cidade de Isaías 54, citada acima. Mas a cidade de Isaías teria portas de carbúnculos (Isaías 54:12). Para tratar as duas profecias literalmente, teríamos que esperar duas cidades fantásticas ainda no futuro – uma com portas de carbúnculos e outra com portas de pérola? Não devemos nos perder neste tipo de interpretação literal. A igreja não tem e não terá, literalmente, portas de pérolas gigantes, nem de carbúnculos. Estas portas fazem parte da figura de uma cidade perfeita, preciosa e gloriosa, pois ela representa a perfeição da comunhão dos santos com Deus!
A praça da cidade é de ouro puro, como vidro transparente: Pureza total e de uma magnitude que desafia a imaginação. Os recursos de ouro que Salomão recebia durante seu reinado foram impressionantes (1 Reis 10:14-22), mas não seriam nada em contraste com uma cidade de 2.200 quilômetros cúbicos feita de ouro com a praça de ouro! E tudo de ouro puro, límpido como vidro!
Como a santidade se tornou linda aos olhos de João, e deve se tornar igualmente bonita, perfeita e desejável aos olhos de cada servo do Senhor (Hebreus 12:14; cf. Salmo 19:7-10).
Apocalipse 21:22-24
Nela, não vi santuário, porque o seu santuário é o Senhor, o Deus Todo-Poderoso, e o Cordeiro: O santuário do tabernáculo e, depois, do templo, no Velho Testamento, servia para representar a presença de Deus. Era uma sombra da comunhão íntima dos santos com o Senhor. Mas o Cordeiro trouxe esta comunhão íntima. Habitou entre os homens (João 1:14). Prometeu fazer morada nos fiéis (João 14:23). No Apocalipse, Deus estende sobre os fiéis o seu santuário (7:15). Ele é o santuário verdadeiro dos seus servos.
A cidade não precisa nem do sol, nem da lua, para lhe darem claridade, pois a glória de Deus a iluminou, e o Cordeiro é a sua lâmpada: Além de oferecer a proteção como santuário, Deus é a única fonte de luz, pois ele é luz (1 João 1:5).
No universo físico, ele colocou o sol, a lua e as estrelas para alumiar a terra, mas a luz já existia antes da criação desses luzeiros (Gênesis 1:3,14-19). Isaías usou o mesmo conceito para descrever a bênção da comunhão no reino messiânico (Isaías 60:1-3,19-20). Jesus afirmou claramente: “Eu sou a luz do mundo; quem me segue não andará nas trevas, pelo contrário, terá a luz da vida” (João 8:12).
As nações andarão mediante a sua luz, e os reis da terra lhe trazem a sua glória: Em Isaías 60:3, o profeta olhou para a glória futura do reino de Cristo e falou que as nações e reis iam encaminhar-se para a luz de Deus.
É uma das várias profecias da salvação dos gentios cumpridas a partir da conversão da família de Cornélio (Atos 10).
Apocalipse 21:25-26
As suas portas nunca jamais se fecharão de dia, porque, nela, não haverá noite: A salvação e a oportunidade de entrar no reino do Senhor são estendidas a todos.
As nações e os reis têm este privilégio de participar do reino eterno de Cristo. A iluminação constante representa a bênção do perdão que Deus deu a Israel (Isaías 30:26).
E lhe trarão a glória e a honra das nações: A entrada dos povos traz glória para Deus. Isaías 60:11 diz: “As tuas portas estarão abertas de contínuo; nem de dia nem de noite se fecharão, para que te sejam trazidas riquezas das nações, e, conduzidos com elas, os seus reis.”
Isaías falou, várias vezes, da glória que as nações dariam para o Senhor e para o povo fiel (Isaías 45:14; 49:22-23; 60:5,11-14; 61:6).
Apocalipse 21:27
Nela, nunca jamais penetrará coisa alguma contaminada, nem o que pratica abominação e mentira: Isaías, 800 anos antes de João ver esta visão, disse da glória de Sião: “E ali haverá bom caminho, caminho que se chamará o Caminho Santo; o imundo não passará por ele, pois será somente para o seu povo…” (Isaías 35:8; 52:1).
A igreja é composta dos santificados; é a nação santa (1 Pedro 2:9).
No Velho Testamento, pessoas com defeitos físicos foram proibidas de servir como sacerdotes no santuário (Levítico 21:16-24), prefigurando a pureza espiritual dos sacerdotes na Nova Aliança, os cristãos santificados que habitam em Deus.
Mas somente os inscritos no Livro da Vida do Cordeiro: Os habitantes da cidade santa são os santos, as pessoas que pertencem ao Cordeiro.
NOTA
Joseph Smith e a Nova Jerusalém
Encontramos um exemplo dos muitos abusos do Apocalipse na história dos mórmons. O suposto profeta Joseph Smith, fundador do movimento dos mórmons (Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias e outras ramificações) afirmou, em 1832, que a Nova Jerusalém seria construída, começando naquela geração na cidade de
Independence, Missouri, EUA.
Não aconteceu naquela geração, nem nas gerações posteriores. “Se disseres no teu coração: como conhecerei a palavra que o SENHOR não falou? Sabe que, quando esse profeta falar em nome do SENHOR, e a palavra dele não se cumprir, nem suceder, como profetizou, esta é a palavra que o SENHOR não disse; com soberba, a falou o tal profeta; não tenhas temor dele” (Deuteronômio 18:21-22).
Joseph Smith foi um falso profeta. Nenhum seguidor verdadeiro de Cristo aceitará as palavras dele.
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Aula do Capítulo 22
Boas Aulas!