VÍDEO AULA
INTRODUÇÃO
Para que existe a igreja da Bíblia?
Qual é sua função e o ideal pelo qual trabalha?
Para responder a estas perguntas, voltemos à Palavra de Deus.
A palavra “igreja” significa, na realidade, povo, o povo cristão, a fraternidade daqueles que seguem fielmente a Jesus Cristo. Aqueles que partilham de uma crença comum, uma crença que pode ser definida em uma sentença simples, mas profunda — Jesus é o Senhor!
E isto significa fé em Jesus que vive, é divino e reina sobre a humanidade,
sendo Ele o cabeça de todo homem (1 Pedro 2.5-9, 1 Pedro 3.8, 1 Coríntios 11.3).
Além de partilhar de uma fé comum, os membros da igreja são dedicados a uma vida diferente — negação de si mesmo, confraternização, perdão mútuo, compaixão, justiça, cumprimento das nobres obras que o Senhor deixou para Sua igreja… Mas, neste ponto surge um problema: Há diversas opiniões sobre a natureza do trabalho cristão.
Na realização da sua tarefa aqui no mundo, será que a igreja deve mexer no setor político, comercial ou social, ou apenas no espiritual?
Alguns afirmam que o trabalho principal da igreja é corrigir os abusos políticos e as injustiças que existem no mundo.
Outros afirmam que a igreja é uma entidade social e por isso, deve providenciar divertimento.
Todas estas ideias sobre o trabalho da igreja existem por causa da falta de entendimento sobre a tarefa que a igreja tem no mundo.
Então, qual é sua função bíblica?
A Igreja de Jesus Cristo não é uma organização social, ou clube, nem uma empresa comercial, com finalidades lucrativas, educativas ou beneméritas em si. Em outras palavras, não é uma entidade estabelecida para dirigir escolas, hospitais, editoras ou livrarias religiosas. Todas estas obras, e muitas outras são boas, e qualquer cristão tem o direito de participar delas. Porém, esta não é a obra básica da igreja, apesar de algumas religiões terem chegado a concentrar-se especificamente em tais atividades.
TRÊS ASPECTOS DO SEU TRABALHO
Na Bíblia achamos que o trabalho da igreja tem três aspectos, principais e básicos:
Pregar a Evangelho, ajudar aos necessitados em nome de Cristo e edificar (no sentido de ensinar e fortalecer) a igreja. Vamos estudar estes aspectos, um por um:
1. Pregar o Evangelho
Cristo ensinou aos apóstolos o seguinte:
“Ide, portanto, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo; ensinando-os a guardar todas as coisas que vos tenho ordenado…” (Mateus 28.19-20).
“Ide por todo o mundo e pregai o evangelho a toda criatura. Quem crer e for batizado será salvo; quem, porém, não crer será condenado” (Marcos 16.15-16).
E algumas décadas depois, o Apóstolo Paulo exortou ao jovem pregador: Timóteo:
“Prega a palavra, insta, quer seja oportuno, quer não, corrige, repreende, exorta com toda a longanimidade e doutrina” (2 Timóteo 4.2).
Outras passagens podem ser citadas, mas estas indicam básica e claramente o desejo ardente do Senhor de que o Evangelho seja ensinado a toda criatura humana.
O QUE A IGREJA FAZIA
E o que fazia a igreja nos tempos dos apóstolos?
Seguia exatamente o mandamento de Deus — pregava o Evangelho em todos os cantos da terra (Colossenses 1.23).
O Livro de Atos, por exemplo, nos informa sobre estas maravilhas evangelísticas. Em todos os casos de conversão, estavam presentes homens cristãos que ensinavam a vontade de Deus. Leia Atos 2, 8, 9, 10 e 16 para confirmar este fato. Mas, ainda segundo o Livro de Atos, quem pregava e ensinava? Apenas os oficiais da igreja — os apóstolos e “pastores”? Não, pois lemos em Atos 8.4 o seguinte:
“Entrementes, os que foram dispersos iam por toda parte, pregando a palavra”.
Evidentemente, todos os cristãos daquela época sentiam a necessidade e urgência de proclamar as Boas Novas.
OS ENSINAMENTOS DA IGREJA
Mas, se todos pregavam o Evangelho, o que havia para ser ensinado?
Naqueles casos de conversão no Livro de Atos, lemos que eles falavam sobre:
A. A divindade de Jesus e Seu sacrifício por nós na Cruz.
B. O plano do Deus para nossa salvação.
C. A importância da igreja que Jesus comprou com Seu próprio sangue.
D. A vida cristã e suas bênçãos e obrigações.
E. A ressurreição, o Dia do Juízo e a vida futura.
Paulo resumiu o Evangelho nestas palavras:
“Certamente a palavra da cruz é loucura para os que se perdem, mas para nós, que somos salvos, poder de Deus… para os que foram chamados, tanto judeus como gregos, pregamos a Cristo, poder de Deus e sabedoria de Deus” (1 Coríntios 1.18,24).
Além de o Senhor ter ordenado a pregação da Sua Palavra, este ensinamento é essencial à salvação, pois a fé vem através da Palavra de Deus (Romanos 10.17).
Portanto, se o Evangelho puro de Jesus Cristo for pregado e ensinado, os resultados serão, sempre, fé e obediência à Sua Palavra. Se não, os resultados serão fé mal orientada e obediência parcial!
Há muitas outras passagens que tratam da necessidade de ensinar e ouvir o
Evangelho. Pesquise estas, por exemplo: João 8.32, João 12.48, Romanos 10.14.
Tudo isso nos indica que os homens estão perdidos (Romanos 3.23 e 6.23). Por isso, é preciso pregar o amor e a salvação que Deus nos concede através de Cristo (Romanos 5.8 e João 3.16) e que, por meio da obediência, os homens podem receber perdão (Romanos 1.16-17, Marcos 16.15-16).
Aqueles que permanecem ignorantes da vontade do Deus, ou que se recusam a obedecê-la, estão perdidos, conforme 2 Tessalonicenses 1.7-9 e Atos 17.30-31.
Por tudo isso, sabemos que a pregação e o ensinamento da Palavra de Deus, em toda sua força e pureza, são essenciais.
2. Ajudar aos necessitados
Temos vários exemplos na Bíblia, mostrando que a igreja não só se preocupava com os necessitados, como também os ajudava, na medida do possível:
“Todos os que creram estavam juntos, e tinham tudo em comum. Vendiam as suas propriedades e bens, distribuindo o produto entre todos, à medida que alguém tinha necessidade” (Atos 2.44-45).
“Também, irmãos, vos fazemos conhecer a graça de Deus, concedida as igrejas da Macedônia; porque no meio do muita prova de tribulação, manifestaram abundância de alegria, e a profunda pobreza deles superabundou em grande riqueza da sua generosidade” (2 Coríntios 8.1-2. Veja também versículos 3-9).
Estas contribuições eram feitas voluntariamente, e não por exigência. E lemos em Atos 4.32-37 sobre a atitude que os seguidores de Cristo devem tomar sobre seus bens:
“Ninguém considerava exclusivamente sua nem uma das coisas que possuía; tudo, porém, lhes era comum”.
Lemos novamente em Atos 6 acerca de uma contenda entre os cristãos judaicos e gregos sabre a distribuição diária de alimentos às viúvas. Por causa disto, os apóstolos convocaram toda a congregação para escolher sete homens justos e cheios do Espírito Santo, os quais cuidariam desta fase essencial do trabalho da igreja.
Anos depois, o Apóstolo Paulo foi levar à igreja de Jerusalém uma oferta das
congregações dos gentios, conforme a sua explicação em Romanos 15.25-26. E sobre as contribuições aos irmãos mais necessitados, Paulo escreveu à igreja em Corinto:
“Quanto à coleta para os santos, fazei vós também como ordenei às igrejas da Galácia. No primeiro dia da semana cada um de vos ponha de parte, em casa, conforme a sua prosperidade, e vá juntando, para que se não façam coletas quando eu for” (1 Coríntios 16.1-2).
A NOSSA TAREFA
Sabemos, então, que devemos contribuir liberalmente para o sustento dos menos privilegiados e necessitados. Mas, quem é digno de receber este auxilio, toda pessoa que o pede?
Os meios de decidir sobre isso são difíceis e arriscados. Sabemos que,principalmente, os membros fiéis do corpo de Cristo devem receber a nossa atenção no setor da caridade. Isto é, os pobres, velhos, viúvas, órfãos de famílias cristãs e todos que passam dificuldades — casos de incêndio, doença grave, morte, ou outras calamidades.
A Bíblia diz sobre este ponto:
“Levai as cargas uns dos outros, e assim cumprireis a lei de Cristo” (Gálatas 6.2).
“Por isso, enquanto tivermos oportunidade, façamos o bem a todos, mas principalmente aos da família da fé” (Gálatas 6.10).
Entretanto, nem todos dentro da igreja são dignos do nosso auxílio. Por exemplo, podemos notar em 1 Timóteo 5 que um cristão fiel deve receber ajuda financeira apenas se não pode ajudar-se a si mesmo, e não tem parentes cristãos capazes de ajudá-lo (Veja 2 Tessalonicenses 3.10).
O dinheiro que pertence ao Senhor tem que ser usado cuidadosamente, e não dado a qualquer pessoa que peça auxílio, independentemente da sua verdadeira situação. Porém, isto não é tudo. Os membros da igreja devem ajudar também aos não membros, dentro das suas possibilidades, se eles merecem auxílio. Leia Tiago 1.27, e Tiago 2 sobre este item. Através das nossas obras de caridade, feitas com amor cristão, podemos aliviar um pouco o sofrimento que existe no mundo, além de ganhar mais almas para o Reino.
CRISTÃOS GENEROSOS
E de onde vem o fundo para este tipo de serviço? Vem, obviamente, de ofertas dos membros, conforme sua capacidade e vontade (1 Coríntios 16.1-2, 2 Coríntios 8.1-9 e 9.6-7).
Isto significa que, se os cristãos deixam de ser generosos, a Igreja não terá meios para ajudar àqueles que passam necessidades. Por falta de contribuições conforme os ensinamentos bíblicos, muitas igrejas têm que patrocinar festas, leilões, e outras atividades para angariar recursos; tudo isso contra os mandamentos e exemplos bíblicos sobre a parte monetária.
3. Edificar a Igreja
A palavra “edificar” significa construir, fortalecer, melhorar, encorajar e ajudar aos membros, para que cresçam espiritualmente.
Quais são algumas das atividades que edificam a casa de Deus?
Elas incluem o estudo de Palavra, confraternização, louvor em conjunto, auxílio mútuo, boas obras, amor fraternal, etc. Entre as muitas passagens sobre este típico, leia Mateus 28.19-20, Atos 9.31, Romanos 14.15, 1 Coríntios 8.1, 1 Tessalonicenses 5.11, 1 Coríntios 14.26, 2 Coríntios 12.19 e Efésios 4.12.
Nessa área de identificação foi criada a muito tempo atrás um modelo que virou tradição. Chama-se Escola Dominical. É um momento onde a igreja se reúne para estudar a Escritura. Na verdade, não importa os nomes e modelos, o importante é que a igreja possua um bom momento onde possa instruir a toda a irmandade com boas aulas bíblicas, bons professores, em um local adequado com silêncio e onde a palavra de Deus possa ser bem explicada e ensinada.
CONCLUSÃO
Já descobrimos em várias lições, que Cristo é o único cabeça da igreja e que cada congregação é obrigada a cumprir a sua tarefa espiritual, sob a autoridade de Cristo.
A igreja é uma entidade simples, dedicada às três obras acima mencionadas – ensinamento da Bíblia, atos de benevolência e edificação dos membros.
Muitos veem a igreja como uma organização um tanto político e social, com uma complicada administração e ambiciosos programas para financiar as suas instituições e projetos. Mas, a igreja não é nada disso, estudante amigo!
A igreja é constituída de congregações independentes, cada qual com seu próprio programa de pregação, trabalho missionário, contribuições voluntárias, benevolência e edificação mútua.
O plano do Senhor é o melhor, sendo o único meio de obedecer exatamente aquilo que Ele quer que façamos em Seu serviço. E tudo isso é com a finalidade de salvar almas e louvar a Deus.
Este é o trabalho específico da igreja! Os setores político, comercial e social, em si, nada têm a ver com a igreja bíblica.
O corpo de Cristo é um corpo espiritual, que existe no mundo, mas dele não participa. A igreja procura apenas obedecer a Deus e servir aos homens, permanecendo pura e santa, para a salvação de todas as pessoas possíveis e para a glória do Seu Criador.
Esta é a igreja de Jesus, e este o seu trabalho e a sua missão.
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